Série Avante: Gilson Diniz Filho - diante do desempate, a amizade

O Setor de Comunicação da ABCCC apresenta a segunda temporada de Avante, uma série especial que mostra a história e os objetivos dos campeões das diferentes categorias do Rédeas de Ouro 2019, com foco na preparação para a nova edição que se avizinha em Esteio/RS*, de 7 a 12 de dezembro de 2020.

♞♘♞

O cavaleiro Gilson Diniz Filho, popularmente chamado de Gilsinho, é sempre um dos grandes nomes de rédeas. Multicampeão, acumula numerosas conquistas na modalidade. Desde que a série Avante começou, para citar alguns exemplos, Gilsinho já ocupou os 1º, 2º e 3º lugares no pódio do Campeonato Nacional de 2018 do Rédeas de Ouro. Na edição de 2019, voltou a ser campeão nessa mesma categoria, montando Jubileu da Roraima.

O que o Rédeas de Ouro 2019 reservou para ele, no entanto, poucos esperavam. O multicampeão atingiu o primeiro lugar ao lado de um grande amigo, com quem dividiu a conquista: o cavaleiro Jone Carlos da Silva, que montou Dom Eldorado dos Santos. Ambos os conjuntos atingiram 220,50 de média. “Foi bem diferente empatar com o Jone. Já empatei várias vezes com pessoas que são meus amigos, mas não com alguém tão próximo”, revelou o campeão Gilsinho.

Como terminaram com as mesmas médias, tinham direito ao desempate. Até foram para a pista, mas, em nome da amizade, não desempataram. As razões dessa atitude nasceram em outro placar igualado, que aconteceu durante o Internacional Open 2019, uma das provas promovidas pela ANCR. Naquela ocasião - contou Gilsinho - o cavalo de Jone estava mais debilitado, enquanto o seu estava inteiro.

“Meu sonho era empatar com você, talvez a gente não tenha outra oportunidade disso”, dissera Jone, em Avaré/SP. Mais do que apenas empatar, um novo combinado entre amigos fora selado naquele momento, visando um hipotético novo empate. “Se isso acontecer de novo, cara, nós não vamos desempatar porque talvez quem esteja nessa situação que você está hoje, com o cavalo dolorido, seja eu”, propusera Gilsinho. Um acordo firmado em nome, mais uma vez, da amizade.

No Rédeas de Ouro 2019, o hipotético então ganhou tons realidade. “Chegou naquela prova quando empatou, o dono e criador do meu cavalo disse assim ‘vamos para o desempate agora’. Como envolve muito dinheiro, na hora até tive uma empolgação para desempatar, só que que eu lembrei disso aí, do que eu tinha falado”, relembrou Gilsinho. O empate então foi mantido, mas sem antes haver uma apresentação especial para esse momento.

Para o Rédeas de Ouro 2020, a preparação prossegue com a confiança de manter o nível de competição visto em todos os anos. Apesar disso, a falta de oportunidades para competir, por conta da pandemia, é o que mais incomoda um competidor nato como Gilsinho. “Esse ano foi difícil pra caramba, mudou a forma de conviver com as pessoas que estão do lado da gente, mas trabalhando não mudou nada”. Em relação ao calendário de provas deste ano, elogiou a ABCCC por ter conseguido dar sequência às atividades de seleção.

Apreciador que é da raça Crioula, Gilsinho ainda fez um apelo para que mais criadores participem do Rédeas de Ouro, devido também aos potenciais que a modalidade e a raça têm a explorar, juntas. “Eu sou o maior ganhador de Copa Querência e Rédeas de Ouro que existe, longe do segundo, e eu tenho vários cavalos treinando em casa. Se você perguntar para mim quantos Cavalos Crioulos eu tenho, hoje eu tenho dois, e um é meu. Não estou falando para mandar para mim, não, é para mandar para quem quiser, mas manda”, incentivou.

AVANTE, GILSINHO!

Com Movimiento a La Rienda, Rédeas de Ouro 2020 acontece de 7 a 12 de dezembro
A maior prova de rédeas de uma só raça no Brasil vai acontecer em Esteio/RS*, e com novidades: a premiação do Snaffle Bit será igualada à do Potro do Futuro e está confirmada a 2ª edição da Mapuche Reining Cup - clique e saiba mais.

*Por conta da pandemia de Covid-19, o local da final foi alterado para o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS. As datas foram mantidas.