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Largada da 21ª Marcha Anual de Resistência do Cavalo Crioulo é marcada por emoção

24 DE JUNHO DE 2023 | Redator: Redação ABCCC

Marcha marcha meu Cavalo, engolidor de distâncias…”, a primeira frase da composição feita em alusão a Marcha de Resistência pelo cantor e compositor nativista Lisandro Amaral, e interpretada por Antônio Piúma, deu início a 21ª edição da Marcha Anual de Resistência do Cavalo Crioulo, na manhã deste sábado (24), no Parque do Sindicato Rural de Jaguarão/RS. 

 

Com o galpão lotado para a encilha dos animais, logo após a “agarrada”, os mesmos se encaminham para a frente da sede do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Jaguarão - Eudóxio Corrêa, onde recebem as orientações e partem para os quilômetros de cada etapa. Com o expressivo número de 53 animais admitidos, ficaram concentrados no município 30 dias antes da largada, todos nas mesmas condições. Essa edição tem como homenageado Claudio Franco Gonçalves, que recebeu, antes da largada, um buçal em homenagem a sua história dentro da raça Crioula. Luciano Corrêa Passos é o supervisor técnico desta edição. A chegada da Marcha acontece no dia 8 de julho. 

 

>>> Confira aqui o catálogo da 21ª Marcha Anual de Resistência 

 

Formando um dos pés do tripé de seleção da raça Crioula, a Marcha de Resistência, assim como seu nome diz, desafia os limites do animal nas mais variadas condições climáticas, percorrendo, ao final, 750 quilômetros de distância. Dando nome ao título “Luiz Carlos Cassal de Albuquerque - Seleção Integral”, prêmio que será entregue para animais participando nas três principais provas do tripé de seleção do Cavalo Crioulo no mesmo ano, nas categorias Criador e Proprietário, além do Animal Tríplice Coroa, aquele que durante a sua vida participar e concluir as três modalidades seletivas, “Magrão”, como é carinhosamente conhecido, fez a entrega de uma lembrança ao homenageado desta Marcha.

 

Ao começar a singela, importante e justa homenagem, Luiz Carlos lembra do passado, quando se pensou nas modalidades do Cavalo Crioulo, sempre foi pensado como o Cavalo sendo o personagem principal desta história. “Sempre quando se pensou, lá atrás, o Cavalo tem que vir na frente do homem sempre, é o artista principal, sempre pensado dessa forma. Eu não sou muito chegado a pódio onde os Cavalos ficam escondidos, ele é o principal artífice de tudo. Temos visitantes e temos pessoas do exterior que divulgam a seriedade e “rudeza” desse episódio que a raça tão bem desempenha, que cumpram a tarefa de maneira cordial e amistosa, como sempre foram”, afirma.

 

Relembrando sua amizade com Claudio, ainda na adolescência, juntos na capital, em Porto Alegre/RS, frequentadores do estádio Beira-Rio, vendo os resultados do Prado, montado em Cavalos em que Claudio o emprestava, sempre mantendo cordialidade de amizade, mesmo de longe. “Mas esse homem, eu conheço a convicção, a seriedade como criador e tem a linha traçada, sem se desviar, isso é um mérito  sensacional, por que as provocações do modismo prejudicam a raça e prejudicam o ambiente onde se esteja exercitando alguma coisa. O Claudio não acredita em moda, ele acredita nas convicções dele e na linha reta, assim foi com os bovinos, com os ovinos. Esse buçal vai ser entregue para embuçalar tudo o que ele fez na vida e levar de a cabresto como lembrança”, finaliza Magrão. 

 

Já com sua homenagem em mãos, Claudio Franco Gonçalves saudou os participantes de uma edição de Marcha importante, especialmente Cabanhas que não tem a origem marcheira, mas hoje estão participando. “Falava com meus amigos que é muito importante Cabanhas importantes, que não tem origem marcheira, comparecerem aos poucos na Marcha, isso nos alegre e, para o futuro, para a seleção da raça, é importantíssimo essa ferramenta que é a Marcha de Resistência”, afirma o homenageado.

 

Luiz Mário Diaz, Coordenador da Subcomissão da Marcha, lembra o que foi feito neste sábado e como serão os próximos 15 dias. “Hoje tivemos a largada da Marcha Anual, 21ª edição que é uma ferramenta de seleção. Hoje começamos com 15km de etapa regulada, seguimos assim até o 12º dia, depois temos os três dias de etapas livres”, informa o Coordenador. 

 

Estrangeiros pela primeira vez no Brasil

 

A longa história do Cavalo Crioulo com a Marcha de Resistência chama a atenção não somente de países latinos, como Uruguai e Argentina, territórios onde provas de resistência também possuem tradição. Em especial, a Marcha Anual de Resistência do Cavalo Crioulo do Brasil já conta com uma base sólida e que atrai olhares interessados de competidores de todo o mundo. Nesta edição, cinco estrangeiros se fizeram presentes na largada da Marcha, duas delas, inclusive, atravessaram o oceano para estarem em Jaguarão/RS já na manhã deste dia 24. 

 

Samantha Jones e Helen Davey, duas australianas que trazem na bagagem muita experiência em corridas longas e desafiadoras de cavalos. Da Guatemala, Damyan Serovic, experiente em Enduro equestre, acumula várias participações nessa modalidade de competição. Do país vizinho, que faz divisa com Jaguarão, do Uruguai, Cézar Gutierrez Joaquim também participa desta edição da Marcha Anual de Resistência. Vindo do estado da Virgínia, nos Estados Unidos da América, James Altman também participa desta edição, ele que já participou de corridas desafiadoras, incluindo a Race The Wild Coast na África do Sul.


 

>>> Confira a Circular da 21ª Marcha Anual de Resistência

 

>>> Confira o Regulamento da 21ª Marcha Anual de Resistência