💬 Palavra da Diretoria: Presidente Onécio Silveira Prado Júnior
18 DE ABRIL DE 2022 - ATUALIZADA EM 16 DE MAIO DE 2022 | Redator: Redação ABCCC
Com a palavra, a Diretoria! Na primeira edição da Palavra da Diretoria, série de entrevistas com membros atuais da gestão da ABCCC, conversamos com o ocupante do posto mais alto na hierarquia da Associação, o Presidente Onécio Silveira Prado Júnior. Criador de Cavalos Crioulos há mais de 15 anos, na Estância Tamareira, de São Paulo, Onécio é integrante das diretorias da Casa há uma década, tendo já atuado como 2º Tesoureiro (2012-2014), vice-presidente de Comunicação e Marketing (2014-2016 e 2016-2018) e vice-presidente Administrativo e Financeiro da Associação (2018-2020). Ele assumiu a presidência da ABCCC na gestão 2020-2022 destacando a intenção de posicioná-la, cada vez mais, como uma entidade que tem as portas e ouvidos abertos aos associados e criadores.
Nesta conversa, o atual Presidente da ABCCC lembra de conquistas, orgulhos e momentos emocionantes que vivenciou no seu período à frente da Entidade até agora, conta como a Associação foi capaz de organizar-se para superar o maior desafio enfrentado durante a sua gestão, expõe algumas das novidades que a Casa está lançando neste ano de comemoração do seu 90º aniversário, e projeta o futuro da raça Crioula.
Confira!
#1 Cite um motivo de orgulho nesse período à frente da presidência da Associação:
É muito difícil citar só um motivo. Ser presidente da Entidade, por si só, já é um orgulho muito grande. Uma entidade que nasceu aqui no Rio Grande do Sul, que cresceu, que foi e vai ganhando espaço no país com a nossa raça Crioula.
É um orgulho estar presidindo uma entidade desse porte, que é importante não só para a Região Sul, mas para todo o Brasil e a economia brasileira. O que se gera de trabalho, de emprego… o que se movimenta de dinheiro na cadeia do Cavalo Crioulo é uma coisa impressionante. Nós sabemos da responsabilidade e da importância disso, e sem dúvida nenhuma é um orgulho, ainda mais para mim que de certa forma me considero um criador novo, uma pessoa que ainda tem muito a aprender dentro do Cavalo Crioulo. Afinal, na vida a gente sempre está aprendendo, né?
#2 Cite uma conquista da Entidade, nesse período de gestão, que mereça destaque:
A entidade está sempre lutando por novas conquistas, sempre um passo à frente. Mas uma coisa que a gente não pode deixar de mencionar, que foi uma conquista extraordinária vinda de algumas gestões e na qual também temos trabalhado em cima, foi a do nosso espaço dentro do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS - espaço que a gente chama de "A Cidade do Cavalo Crioulo". Essa concessão foi uma das nossas grandes conquistas e é algo que vem, ano a ano, recebendo mais investimentos, melhorias, qualificações… Hoje temos nosso Tattersall de Negócios, nossa área de lojas, restaurantes, espaço de convívio, pista… Toda essa estrutura que a cada dia vamos, em equipe, trabalhando para que melhore. Já temos parte da Administração da ABCCC no Parque e estamos investindo em um projeto de planejamento total da área, para que esse trabalho continue crescendo e com um rumo pré-definido, sempre pensando no nosso Cavalo, nos nossos associados e na nossa entidade.
#3 Qual foi o maior desafio da gestão até o momento? Como a Associação se organizou para superar esse desafio?
Como todos sabem, desde a gestão passada e o início da nossa gestão até hoje, tivemos um grande desafio que foi passar pela pandemia. Uma pandemia que uma certa época parou o país como um todo e gerou grandes dificuldades não só pra nós como pra toda a economia, todo o país, e até hoje vemos os resultados dela. Na gestão passada, a equipe da ABCCC, comandada na época pelo presidente Francisco Fleck, desenvolveu um protocolo que permitiu que voltássemos aos nossos eventos, que conseguíssemos dar sequência ao nosso ano de forma adaptada procurando fazer o que fosse necessário para, acima de tudo, proteger a saúde daqueles que participariam dos eventos. A grande preocupação era a saúde de todos, e esse protocolo permitiu isso. Fizemos eventos sem público, fomos nos adaptando e conseguimos suplantar esses dois anos passados. Conseguimos concluir as nossas provas e encerrar o nosso ciclo como um todo, com nossa seleção tanto morfológica quanto funcional. Agora estamos iniciando um ano que esperamos que não seja tão prejudicado pela pandemia. Nesse período, tivemos que trazer muitos eventos para dentro da nossa área no Parque de Exposições em Esteio, mas a entidade tem trabalhado bastante e dado apoio a todos os núcleos para que voltemos à nossa “vida normal”. Fizemos uma melhoria dos nossos aportes às Credenciadoras no sentido de incentivar os Núcleos a realizarem seus eventos, para movimentar a raça como um todo.
#4 Dedicar-se ao Cavalo Crioulo rende muitos momentos emocionantes aos usuários, criadores e demais apaixonados pela raça. Cite um momento emocionante que você viveu com a raça neste período à frente da presidência da ABCCC:
A nossa solidariedade como uma entidade associativa é uma coisa impressionante. A gente vê que qualquer movimento que se faça dentro do nosso mundo do Cavalo Crioulo, todos se movimentam, se ajudam… A solidariedade é muito grande e isso emociona. Eu diria também que algo que é muito importante que a gente faz, e que pretendemos levar para todo o Brasil, é a Inclusão de Ouro: um evento sensacional, que a gente se emociona ao assistir, escutar, ver. A gente se emociona com a alegria e satisfação que essa prova proporciona para as pessoas que têm alguma deficiência, seja qual for. A Inclusão de Ouro é sensacional e dá uma paz de espírito para todos nós que participamos desse projeto.
#5 Como a Casa está se preparando para comemorar os 90 anos da entidade?
2022 é um ano muito importante para a nossa entidade, porque estamos completando 90 anos de existência e funcionamento. Apesar de estarmos na fase final de um grande período de pandemia, pela qual tivemos praticamente dois ciclos hípicos truncados e exigindo um trabalho muito grande para que conseguíssemos terminá-los, estamos com muito otimismo para este ano. Evidentemente, estamos preparando algumas comemorações, festividades para toda a nossa classe. Também temos planejado alguns trabalhos junto à Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul e junto ao Ministério do Turismo para fazermos programas de fomento ao Cavalo Crioulo no ano de comemoração do 90º aniversário da ABCCC. Vínhamos tendo e devemos voltar a ter em torno de mil eventos oficiais por ano, e isso nos exige uma equipe profissional muito dedicada e eficiente, coisa que temos hoje na ABCCC. Mas o passo maior que daremos é a profissionalização das gerências e da área executiva da Entidade. Hoje temos uma equipe de colaboradores altamente capacitada, fazendo um trabalho extraordinário, e o que estamos fazendo agora é profissionalizar o gerenciamento desses setores. A Diretoria eleita tem uma ação muito direta no dia a dia, e com esse crescimento, não consegue dar aquela dedicação exclusiva que hoje nós entendemos que a nossa entidade necessita. Para isso, nós estamos profissionalizando o gerenciamento de cada um dos setores, trabalho que iniciou pelo Setor de Provas, em que já temos um Executivo que já trabalhou todo o ano de 2021.
#6 Fale sobre alguma novidade da Associação neste ano de aniversário:
Um ponto importante que nós temos em 2022, ano de comemoração dos nossos 90 anos, é a preparação de um grande Fórum que deverá acontecer em maio. Vamos convidar diversos associados, pessoas que vivem com o Cavalo Crioulo para discutirmos os nossos caminhos, apresentando a eles tudo o que foi feito durante o ano de 2021 e o que estamos imaginando para 2022. Nossa administração sempre procurou ser bem aberta a escutar sugestões.
É fundamental nós unificarmos a raça, e em função disso procuramos conversar com diferentes pessoas, associados, criadores novos e tradicionais, grandes ou pequenos, proprietários ou somente usuários do cavalo... A pandemia nos atrapalhou um pouco e não conseguimos fazer da forma que gostaríamos, mas vamos neste ano recuperar esse espaço perdido. Estaremos realizando esse fórum com todo o tipo de associado e fazendo transmissão para todos que quiserem assistir. Vamos escutar sugestões, tendo um sistema organizado para processar bem as informações. Vai ser um espaço importante para ajudar não só no modelo de trabalho que já temos, mas acrescentar coisas novas, dando ouvidos a todos aqueles que vivem no meio do Cavalo Crioulo. Em paralelo a isso, estamos fazendo uma pesquisa qualitativa que vai nos ajudar no plano de ação. Uma empresa especializada vai nos ajudar nesse plano de negócios, para que tracemos não só um direcionamento da Raça para este ano de 2022, como também um caminho para deixar aos próximos dirigentes que venham assumir a entidade.
#7 Como a raça Crioula se posiciona dentro do cenário equestre brasileiro? Como a Associação está trabalhando para fomentar a expansão da raça pelo país?
No ano passado, foi criado o Ibequi, Instituto Brasileiro de Equicultura, do qual a ABCCC está desde o início participando. Nós fazemos parte da Diretoria desse instituto, que é um fórum que une todas as raças de equinos no Brasil para discutirmos as necessidades, carências e objetivos do mundo do cavalo. Vamos defender essas necessidades em nível nacional e com uma força muito maior, porque vamos estar todos juntos. São diferentes raças, mas boa parte dos objetivos e necessidades são comuns. A ABCCC está junto nesse projeto participando com toda a força, lutando pelas grandes causas, pelos grandes temas do mundo equestre no Brasil.
#8 Olhando retrospectivamente para o ano que passou, que projeção se pode fazer sobre o futuro da raça daqui em diante?
Nesses últimos anos, o crescimento vem sendo constante. Mesmo com os dois anos de pandemia, tivemos um crescimento real no número de animais, padreações, associados… Temos certeza que em 2022 vamos seguir nesse ritmo. A ABCCC tem um escritório sediado em Uberaba/MG, no Parque Fernando Costa, onde se realizam os maiores eventos da raça de gado zebu no Brasil. O zebu está sedimentado em todo o país, principalmente no Norte e Centro-Oeste com a pecuária extensiva, e essa raça tem muito a ver conosco porque depende diretamente do cavalo, e sabemos que o Cavalo Crioulo tem uma aptidão enorme para o trabalho com o gado. Então, é um mercado extraordinário, enorme, para o crescimento da nossa raça, e estamos trabalhando nisso. Pretendemos intensificar o trabalho desse escritório em Minas Gerais, ampliando a sua atuação, e vamos ter um coordenador geral que estará atuando não só nas partes administrativa e financeira do escritório, como também junto aos nossos expansionistas, dando um atendimento direto a todos os associados e àqueles que pretendam conhecer e iniciar uma criação de Cavalos Crioulos. Isso a gente acha que vai ser mais um grande impulso para a promoção do Crioulo pelo Brasil. Em paralelo, estamos fazendo também trabalhos para a expansão até fora do país, principalmente com atividades que nos permitam esse crescimento mais rápido, como Enduro e Rédeas.
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Gostou de ler a Palavra da Diretoria? Mês que vem, tem mais! Na segunda edição, a conversa é com a Vice-Presidente de Comunicação e Relações Comerciais da Associação, Camilla Menezes. A entrevista sai no dia 16 de maio, aqui no site da ABCCC. Não deixe de ler!
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