Alto nível e competitividade marcam a Final Nacional do Crioulaço
12 DE ABRIL DE 2015 - ATUALIZADA EM 14 DE ABRIL DE 2015 | Redator: Francine Neuschrank/ABCCC
Precisão e muito fôlego foram necessários para definir os laçadores campeões do ciclo 2015. Realizada neste sábado, 11 de abril, a Final Nacional do Crioulaço levou emoção ao expressivo público reunido nas arquibancadas na pista P1, dentro do Parque de Exposições Assis Brasil. Dividindo as atenções com o Bocal de Ouro, disputa que ocorreu simultaneamente, a decisão não decepcionou e conquistou admiradores na estrutura organizada em Esteio/RS.
Ao total, sete pódios foram montados na disputa que neste ano trouxe o diferencial da divisão de forças, tanto no Crioulaço quanto no Laço Criador, novidade que chegou para garantir mais igualdade e chances de título aos diversos níveis de competidores participantes do ciclo. Na competição por duplas, 119 entraram em pista, sendo 59 da força A e 60 da B. Já no individual, houve a participação de 42 conjuntos: 37 na força A e 5 na divisão B.
Duplas profissionais elevam o nível da disputa
Os representantes da Força A deram um show à parte. Devido a qualidade dos competidores e o excelente aproveitamento nas armadas, a disputa adentrou o período da noite. A cada volta o número de concorrentes diminuía, mas alguns deles resistiam, chegando a apenas três duplas em pista, sendo este o confronto que mais se manteve e prendeu a atenção dos espectadores presentes.
Após muita resistência, a armada branca para o terceiro colocado deixou a competição entre a dupla Alan Soares e Thaian de Ávila - de Nova Santa Rita/RS - e os companheiros de prova Jacir Jovaski e Alfredo do Carmo - de Santiago/RS. A competitividade se manteve por mais algumas rodadas, mas ao final, a parceria levou os candidatos a decidirem encerrar a disputa e dividir o prêmio.
No sorteio realizado para definir o pódio, feito conforme descrito no regulamento da modalidade, Alan e Thaian levaram a melhor e garantiram o seu quarto título na modalidade oficial da raça Crioula. “É mais uma realização nessa disputa que não foi fácil. Nós competimos todo o final de semana, participando de provas por todo o Brasil. A parceria também é longa. Laçamos já a nove anos juntos, então para a gente o treinamento para essas competições é diário”, conta Ávila.
A decisão de compartilhar a premiação foi feita, principalmente, para preservar os animais e os próprios laçadores. “Foi muito cansativo. Se tornou uma disputa acirrada por termos em pista as melhores duplas do Brasil. Resolvemos dividir, pois ia muito longe a disputa. O cansaço estava tomando conta dos animais e da gente também. Mas graças a Deus chegamos nesta conquista”, diz Alfredo, integrante da dupla Laço de Prata.
A competição entre as duplas da Força B também teve destaque em pista, conquistando quem compareceu as arquibancadas. Na categoria, o Laço de Ouro foi conquistado pelos laçadores Marcelo Gama e José Otávio Marcelino.
A grande final acabou quebrando recordes na história do Crioulaço, chegando ao número de 60 armadas na decisão das duplas Força A, maior já alcançado na decisão da modalidade oficial da raça. O número, já expressivo, só não foi maior devido a decisão de concluir a disputa e dividir a premiação.
Coordenador da Subcomissão de Crioulaço, Lúcio Rigon Stacowski, exaltou a marca alcançada e também a evolução dos competidores. “Testamos a resistência dos laçadores e também dos cavalos. Foram muitas voltas e chegamos a um recorde que não será fácil ser batido. Em outras edições nossos recordes não chegaram a 35 armadas e isso com a raia cheia, e hoje tínhamos uma raia de 60 metros. A turma está afiada e temos cavalo bom. Temos verdadeiros atletas aqui na pista”, ressalta.
Criadores demostram desenvoltura na P1
Calcular o momento exato de soltar a mão do laço também foi tarefa para os finalistas do Laço Criador, mais uma categoria que integrou a disputa da decisão. Laço de Prata em 2012, Júnior Valim desta vez chegou ao topo do pódio. Já o título da Força B foi conquistado por Lúcio Rigon Stacowski, que também garantiu o segundo lugar da disputa.
Integração e diversidade em pista
Sendo uma das modalidades que mais consegue unir diferentes públicos lançando a armada em direção ao gado, a decisão proporcionou a participação de diferentes perfis de competidores. Além das divisões de forças nas categorias principais, durante o período da manhã foram premiados os vencedores das categorias Guri, Veterano e Feminino. Ainda foi entregue o título de Selo de Raça para a fêmea rosilha Estampa da Renascença, prêmio decidido pelo técnico responsável pela supervisão da disputa, Felipe Caccia Maciel, profissional credenciado à Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).
O evento contou com a narração de Lúcio Evandro da Silva e Mateus Maurer. Já a conferência e avaliação da validade das armadas ficou a cargo da dos jurados Luciano Santos Camargo, Luan Silva, Evandro Schonardie e Jarbas Bertolucci.
Confira o resultado:
FORÇA A
Laço de Ouro
Alan Soares montando DKP Elite e Thaian de Ávila montando Norteña do Aipo
Laço de Prata
Jacir Jovaski montando Caiboaté do Aguapuey e Alfredo do Carmo montando Q”Demônio da Santa Úrsula
Laço de Bronze
Ricardo Albuquerque montando Berberia Avesso e Rodrigo Moretto montando La Jupita Martinez
FORÇA B
Laço de Ouro
Marcelo Gama montando Hecho Mano da Maior e João Otávio Marcelino montando Data Venia Barbicacho
Laço de Prata
Luiz Carlos da Silva montando CRS Dida e Leonardo Borges montando RJ Alvoroço
Laço de Bronze
Rogério Martins montando Feitiço da Boa Esperança e Eduardo Amorim montando Grappamiel do Cerro Partido
LAÇO CRIADOR
FORÇA A
1º lugar
Júnior Valim montando EJV Gaúcho
2º lugar
Ivan Bonetti montando ST Coruja
3º lugar
Júnior Valim montando EJV Dama Linda
FORÇA B
1º lugar
Lúcio Rigon Stacowski montando Zumbi da Querência
2º lugar
Lúcio Rigon Stacowski montando Umbú da Querência
3º lugar
Rodrigo Machado montando Setembrina do Batu
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