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Cavalo Crioulo movimenta R$ 5,36 bilhões e emprega mais de 160 mil brasileiros

04 DE DEZEMBRO DE 2025 | Redator: Jardine Agência de Comunicação

Estudo realizado pela ABCCC e Esalq indica avanço da criação voltada para o esporte 

 

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulos (ABCCC) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) divulgaram, nesta quarta-feira (3/12), estudo do PIB do Cavalo Crioulo. O levantamento indica que o Cavalo Crioulo movimenta R$ 5,36 bilhões ao ano no Brasil, valor que inclui, além da comercialização de animais, diversas atividades correlacionadas como mercado veterinário, medicamentos, rações, turismo e o crescente fluxo de provas esportivas atreladas à equinocultura. O Complexo do Agronegócio Cavalo ainda abrange áreas do comércio de indumentárias e de serviços, como selarias, ferrageamento, etc. Levando em conta um rebanho de 508.080 animais, pode-se afirmar que cada Cavalo Crioulo é responsável pela movimentação de R$ 10.549,93/ano no Brasil. 

 

A pesquisa indicou também que o Cavalo Crioulo gera 31,3 mil empregos diretos e mais de 130 mil indiretos no país, gerando renda para mais de 160 mil famílias. “Esses dados nos trazem uma radiografia setorial essencial para fundamentar nossos planos de expansão. O cavalo é mais do que uma paixão do Sul do Brasil ou uma ferramenta de trabalho no campo. Hoje, é a base de empresas lucrativas, ferramenta para tratamento de saúde mental, sem falar no mundo do esporte”, destacou o presidente da ABCCC, André Rosa. Empossado em 1º de dezembro, ele aposta na expansão das provas e das modalidades esportivas em diferentes regiões, um projeto iniciado na gestão de César Hax e que deve seguir no próximo biênio. 

 

O estudo indica que o Esporte é o foco da maior parte dos criatórios de Cavalos Crioulos em operação no Brasil (75%). As provas de maior impacto são o Laço Comprido e Doma de Ouro, apesar de o Freio de Ouro e a Morfologia serem as estrelas da programação da raça. A segunda finalidade para uso da raça está no trabalho de campo (22,56%). “O esporte é a mola de expansão das criações nos estados do Sudeste e Centro-Oeste. A raça é muito adaptada para uso em rodeios e acreditamos em um avanço consistente nos próximos anos”, ponderou o gerente de expansão da ABCCC, Gérson de Medeiros. Sediado em São Paulo, o executivo vem operando na ampliação da agenda de provas na chamada Região 8, que inclui Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Para 2026, estima ele, a raça deve ter uma ampliação de 15% no número de provas nessas localidades

 

Segundo o professor e pesquisador da Esalq Roberto Arruda de Souza Lima, a equideocultura não é uma cadeia, mas um Complexo (composição de diversas cadeias). Por isso e diferentemente de outros segmentos, dados e estatísticas da equideocultura são historicamente raros e incompletos. Isso ocorre, indica ele, porque também há uma tradição em não considerar os equídeos como animais de produção. A pesquisa também estudou as propriedades onde os Cavalos Crioulos são criados. Os estabelecimentos têm, em média, 440 hectares, dos quais 92 hectares são destinados para uso da tropa. A principal ocupação dos proprietários está relacionada à agricultura (64,95% dos criadores) e à pecuária (22,45%).

 

Cavalo pelo Brasil 

Segundo os dados tabulados pela Esalq, 80% da renda gerada e dos Cavalos Crioulos criados no Brasil está no Rio Grande do Sul: R$ 4,28 bilhões e 412 mil animais. Santa Catarina ocupa a segunda colocação com 33,7 mil animais e o Paraná a terceira com 31,8 mil animais. “O Rio Grande do Sul segue como berço da raça e como uma região com expressão de criatórios e qualidade genética. A força do cavalo Crioulo ecoa por todos os 497 municípios gaúchos, garantindo pulverização de renda e emprego. Os dados também mostram um grande potencial de expansão de uso desse animal no resto do Brasil. Não há limites para as manadas de Crioulos no Brasil e no mundo”, frisou o presidente da ABCCC, que recentemente participou de agenda internacional da raça na Itália.