Buzinaço, lágrimas e adrenalina marcam final da Marcha de Resistência em Jaguarão
28 DE JUNHO DE 2025 - ATUALIZADA EM 28 DE JUNHO DE 2025 | Redator: Jardine Agência de Comunicação
Foi ao som de buzinaços e sacudindo a boina com o braço estendido em sinal de vitória, que a ginete Carolina Bundt, de Dom Pedrito (RS), cruzou o pódio da 23ª Marcha Anual de Resistência do Cavalo Crioulo, no Parque do Sindicato Rural de Jaguarão na manhã deste sábado (28/06). Montando a rosilha Adrenalina da Catú, da Cabanha do Ruta, de Aceguá (RS), (box 23), por 750 quilômetros ao longo de 15 dias, a agrônoma conquistou o primeiro lugar na categoria Égua Maior e na classificação Geral. Ela completou a última etapa da prova com tempo de 1 hora e 54 minutos, consolidando o favoritismo e fechando o percurso em 66 horas, 42 minutos e 12 segundos, 18 minutos a menos do que o segundo colocado: o cavalo castrado Herdeiro da Estância Velha, da Cabanha Quebra Pedra, de Dom Pedrito (RS), montado por Humberto do Amaral (box 66). A conquista veio na maior de todas as marchas já realizadas pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), que contou com 65 conjuntos inscritos em quatro categorias.
A força da agrônoma de 25 anos arrancou lágrimas de quem acompanhava a prova nos quilômetros finais seja na caçamba das caminhonetes que costeavam os competidores, seja na linha de chegada ou até entre os mais de 1,3 mil telespectadores quem assistiram a transmissão pelo Youtube da ABCCC. Apesar da uma rápida perda de posições nos quilômetros finais para a dupla Juan Peirano e Pacífica Posadeña (box 35), Freio de Alpaca e filha do ícone Colibri Matrero, a retomada da liderança veio com força e alegria.
Estudante de medicina-veterinária, Carolina é ginete acostumada em enduros e marchitas tendo estreado em 2011. Em 2024, ao lançar-se na disputa da Marcha de Resistência de Santa Vitória do Palmar (RS) venceu a categoria Égua Menor, e, na prova deste ano, já havia finalizado duas etapas na primeira colocação, tendo terminando a sexta-feira (27/6) na liderança. “Foi um prêmio muito merecido por 15 dias de muita emoção e adrenalina. A égua andou a velocidades altíssimas”, frisou que William Melo, que capitaneou a apresentação da prova ao lado do comentarista Caco Azambuja.
A conquista foi dedicada ao amigo e parceiro de cavalgadas desde a infância Renato Kummer, vítima de trágico acidente que deixou a família do cavalo Crioulo em luto ao ceifar quatro vidas em maio passado, entre eles os filhos do também criador Álvaro Dumoncel. “Chegar até aqui foi uma vitória. Apesar de ter corrido essa marcha de coração partido com a passagem do meu irmão Renato, essa prova foi uma homenagem para ele e para o Lelo. Dedico também ao Ramão Rodrigues por me dar a oportunidade de montar esse fenômeno”, frisou Carolina, referindo-se à parceria com a Cabanha do Ruta, de quem adquiriu cota da égua Adrenalina da Catú.
Enfrentando alguns dos dias mais frios registrados no Rio Grande do Sul neste ano, os competidores da marcha superaram muito mais do que os 750 km do trajeto. A Marcha de Resistência ganha espaço na agenda do Cavalo Crioulo pela confraternização e irmandade entre os criadores. Patrono da marcha deste ano, o crioulista João Alberto Dutra Silveira reforçou a integração da diretoria e do time da ABCCC na realização de uma competição como essa. “Essa prova tem resultados que provam o discurso da grandiosidade da raça”, ressaltou. A importância da agenda também foi reforçada pelo vice-presidente de Comunicação da ABCCC, Daniel Gonçalves, que acompanhou a competição direto de Jaguarão. “Agradeço a toda equipe de trabalho que viabilizou essa marcha e que fez acontecer. Nossas provas de resistência ganharam outra dimensão. Frequento há bastante tempo a marcha e estou admirado com o que vi hoje aqui no parque”, comentou.
Uma raça, múltiplas funções
A 23ª Marcha Anual de Resistência do Cavalo Crioulo também valorizou a pluralidade de atributos do Cavalo Crioulo. Coroando os diferentes usos da raça, a prova concedeu a três conjuntos a Tríplice Coroa, mérito a animais que se destacam na resistência, mas também trazem na garupa premiações em Morfologia e no Freio. A Estância GAP São Pedro, de Uruguaiana (RS), conquistou o mérito em dobradinha com a fêmea colorada Gap Madalena, montada por Gustavo Domingues (box 16) e com a colorada salina Jaboticaba da GAP São Pedro, montada por Bolívar Balsemão (box 39). O cavalo colorado Exuberante das Três Argolas, pertencente ao Condomínio Auxílio na Reconstrução do RS, também levou o título montado por Gustavo Salis Martins (box 01)
A Marcha Anual de Resistência 2025 conta com o patrocínio de Grupo Nissul Gala, La Invernada, La Madre e Vetnil, além do apoio de Supra, Oviedo, Augusto Uhry e Associação Brasileira de Criadores de Corriedale.
>> Clique para ver a planilha final completa <<
Veja as fotos dos vencedores de cada categoria:
1º LUGAR GERAL E 1º LUGAR ÉGUAS MAIORES DE SETE ANOS
BOX 23 ADRENALINA DA CATÚ
GINETE: CAROLINA OHANA COSTA BUNDT
CRIADOR E EXPOSITOR: VALVITE RAMAO PERES RODRIGUES
ESTABELECIMENTO: CABANHA DO RUTA, ACEGUÁ/RS
TEMPO TOTAL: 66h42min12seg
1º LUGAR CAVALOS CASTRADOS (e 2º lugar Geral)
BOX 66 HERDEIRO DA ESTÂNCIA VELHA
GINETE: HUMBERTO GORSKI DO AMARAL
CRIADOR: EDUARDO GOULART E MATEUS SILVEIRA
EXPOSITOR: HUMBERTO GORSKI DO AMARAL
ESTABELECIMENTO: CABANHA QUEBRA PEDRA, DOM PEDRITO/RS
TEMPO TOTAL: 67h00min46seg
1º LUGAR ÉGUAS MENORES DE SETE ANOS
BOX 06 PAULISTA CUBANITA
GINETE: RODRIGO MARQUES IGNÁCIO GONÇALVES
CRIADOR: PAULO SAMPAIO DE ALMEIDA PRADO
EXPOSITOR: ISADORA HERRMANN
ESTABELECIMENTO: CABANHA ARMORIAL, CACHOEIRA DO SUL/RS
TEMPO TOTAL: 67h29min19seg
1º LUGAR REPRODUTORES
BOX 01 EXUBERANTE DAS TRÊS ARGOLAS
GINETE: GUSTAVO SALIS MARTINS
CRIADOR: CLOVIS TEIXEIRA G. DA SILVA / DANIEL JAEGER G. DA SILVA
EXPOSITOR: CONDOMÍNIO AUXÍLIO NA RECONSTRUÇÃO DO RS EM 2024
TEMPO TOTAL: 79h56min00seg
EM BREVE AS FOTOS DOS DEMAIS COLOCADOS NOS PÓDIOS DAS CATEGORIAS E TAMBÉM AS GALERIAS DE FOTOS COMPLETAS DAS ETAPAS LIVRES
Encontrou algum erro? Comunique.