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Núcleo de criadores de Bagé organiza museu em sua sede

30 DE JUNHO DE 2023 - ATUALIZADA EM 30 DE JUNHO DE 2023 | Redator: Liege Pereira Barcelos/ABCCC

Bagé foi recentemente reconhecida como a Capital Nacional da Criação de Cavalos da Raça Puro Sangue Inglês, através da sanção da lei 14.571 de  05 de maio de 2023. Entretanto, engana-se quem pensa que o destaque da Rainha da Fronteira se concentra apenas no quesito equestre esportivo: a cidade tem visibilidade na cena crioulista, sendo um dos municípios tradicionais na criação e expansão da raça crioula. Memória essa que se conecta com a própria história de fundação da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).

Com intuito de eternizar parte desta história, o Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Bagé (NCCCB) está organizando objetos e imagens, que ajudam a contar a trajetória do Freio de Ouro e de seus personagens em um acervo. Segundo o presidente do núcleo, Fausto Bettanzo da Costa, a ideia de montar o Museu do Cavalo Crioulo é uma forma de valorizar a história da raça, destacando a contribuição e importância dos criadores da região para a expansão e reconhecimento do cavalo crioulo. “Somos uma região com resultados expressivos no cenário crioulo. Vale ressaltar que o La Invernada Hornero, exemplar que reconfigurou os padrões da raça, cujos os parâmetros e características funcionais e morfológicas são referências de excelência até hoje, relembra Fausto.

O museu ficará localizado na sede do núcleo, no Parque de Exposições Visconde Ribeiro de Magalhães, sede da Associação Rural de Bagé. Os objetos que farão parte do acervo ainda não estão definidos, entretanto, entre as peças já acolhidas pelo núcleo, algumas com certeza de valor inestimável, como, por exemplo, o couro do Itaí Tupumbaé, doado pela família Pons, exemplar que venceu a primeira edição do Freio de Ouro, em 1982, pertencente a linhagem do La Invernada Hornero. “Nada mais justo que esta peça fique exposta aqui. Ter parte da história representada por estes objetos, é uma forma de revisitar a trajetória da raça crioula: aqueles que tiveram a oportunidade de ver o Itaí Tupumbaé de perto, reviverão essas memórias; e para quem não teve a mesma sorte, possibilitaremos a aproximação com o legado da raça”, explica o presidente.

 

 

Objetos emblemáticos das finais do Freio de Ouro irão compor a coleção do Museu

 

A ideia é que o acervo do museu seja composto por objetos utilizados nas provas finais das edições do Freio de Ouro. Dentre as doações, está prevista alguma das peças que o ginete Gustavo Delabary utilizou no domingo de final do Freio quando competiu com o LS Balaqueiro, descendente materno do La Invernada Hornero, multicampeão das etapas do Freio e Morfologia no início dos anos 2000. Outra peça que deve integrar a coleção do museu será doada por Zeca Macedo. Embora ainda não definida, sabe-se que será um objeto usado na montaria que o sagrou campeão do Freio com o Ganadero da Harmonia, também de descendência materna do La Invernada Hornero. “A exposição destas peças nas paredes do núcleo vai proporcionar que os visitantes se sintam instigados a conhecer mais sobre a raça e os personagens, os quais ajudam a contar a história do legado que é o cavalo crioulo”, conclui Fausto.

Antes de serem exibidos nas paredes da sede e apresentados em eventos organizados pela diretoria, todas as peças passam pelo processo de curadoria. Fausto explica que o cuidado e a preservação dos objetos doados são fundamentais para a preservação da integridade das peças, assegurando sua longevidade, beleza e valor histórico.