Vitórias de pai e filho marcam a programação das Credenciadoras em Pelotas

Um evento que por si só já carregava um destaque muito grande, com o mérito do Núcleo Sudeste de Criadores de Cavalos Crioulos de ter reunido 45 conjuntos inscritos, as credenciadoras ao Freio de Ouro de Pelotas/RS também foram marcadas pela vitória de pai e filho, mostrando que a sucessão, o incentivo e a continuidade da raça estão muito bem alicerçadas. No fim deste sábado (19), o criador e ginete Marcelo Rezende Móglia e o filho Francisco Cachapuz Móglia - o “Pancho”, como é conhecido - chamaram atenção ao dividir o pódio ocupando o 1º e o 2º lugares, respectivamente, na categoria Machos da prova Aberta. 

E se compartilhar o pódio já é uma sensação e tanto, imagina dividir a pista numa corrida de vaca valendo vaga no ranking? Pois esse também foi um dos momentos mais significativos dessa dupla no evento. Marcelo com Jota Mouro Cala Bassa e Francisco com Jatobá Cala Bassa formaram a dupla da corrida de campo decisiva, na última etapa da Credenciadora. “Realmente foi uma emoção muito grande (...) Foi um final de semana que deu sorte, a gente fez boa prova, os dois se posicionaram em 1º e 2º e acabou nos tocando ‘correr vaca’ junto. Foi excelente, uma maravilha e muito contente de poder estar junto com ele no momento da iniciação dele, um sonho da vida dele”, contou Móglia. Ao todo, foram três animais com a marca do estabelecimento familiar, a Cabanha Cala Bassa, de Aceguá/RS, que ficaram entre os credenciados na pista da Associação Rural de Pelotas, já que Pancho também emplacou resultado com a égua Iamace Cala Bassa em 3º lugar. 

Apesar de ser um fato inédito para os dois juntos, esse é só mais um passo dessa história que envolve família, gosto pelo cavalo e dedicação. O bom resultado alcançado por Francisco, por exemplo, demonstra também a importância das provas jovens na raça Crioula. Disputando desde os seis anos, ele já levou para casa 12 troféus nas finais do Freio Jovem. Agora, com 13 anos, encarou seu primeiro desafio em uma prova profissional e já saiu de lá com 100% de aproveitamento. O jovem ginete conta da sensação que é disputar pela primeira vez uma credenciadora e com o adicional de participar na companhia do pai: “Pra mim foi uma emoção muito grande poder correr com dois cavalos e na primeira saída conseguir já credenciar os dois. E também correr as paleteadas com o meu pai, no primeiro e segundo lugar, uma emoção muito grande, não imaginava isso". Agora, o caminho é seguir em busca de conquistas ainda maiores, na preparação em busca da classificação para uma Final do Freio. "Estou muito feliz e agora vou voltar pra casa e conseguir treinar bastante, para melhorar os erros, pra conseguir classificar”, conta Pancho. 

Referências e incentivo não faltam para Francisco se espelhar nessa trajetória. Expressões como "a fruta não cai longe do pé" ou "sangue não é água", quando nos referimos à relação de família e sucessão, se encaixam bem aqui. O pai, Marcelo Rezende Móglia, é figura conhecida no meio da raça Crioula, tanto como criador quanto na sua própria trajetória como ginete, na qual já venceu o Freio de Ouro em 2002 e conquistou prêmios de Prata e Bronze em outras edições. Mas, dessa vez, foi o incentivo do filho que o fez retornar às disputas. “Fazia três anos que eu estava fora das pistas, não estou mais treinando intensivamente, mas era um pedido dele para fazer prova juntos”, revela. Móglia também destaca que o trabalho é feito no ambiente familiar e, muito mais do que uma competição, as provas são momentos de divertimento e de encontro com amigos: "É um trabalho em família, toda a família gosta, minha esposa, meus pais e os guris gostam muito de estar com a gente no campo”.

Ao falar sobre os animais que foram credenciados neste final de semana, Marcelo lembra que dois deles já haviam corrido o ciclo 2021 com os seus filhos no Freio Jovem e, por isso, exalta a preparação dos mesmos e também de Pancho nessa investida, agora no Freio de Ouro. "A gente já tinha preparado os animais para a temporada anterior. O Joaquim (irmão de Pancho) correu o Jota Mouro e o Francisco correu com Iamace, e os dois ficaram no pódio, com o Bronze e Alpaca no Freio Jovem. E agora, esse ano a gente colocou os animais no Freio profissional e o Francisco quis participar. Ele está se preparando há um tempo na parte do gado, paleteada, mangueira, então já estava bem treinado, passou o verão treinando", conta, destacando também que a entrada do filho nos treinamentos e nas competições, desde pequeno, sempre foi natural, já que ele sempre demonstrou um gosto e um dom natural para montar e na lida com o gado. Aptidão que pode ser vista e comemorada por toda a família com os recentes resultados. “Era um sonho dele ir participar, é um guri muito maduro para a idade, sempre foi, é muito focado no que ele quer, determinado no que quer”, conta. 

Marcelo Móglia com Jota Mouro Cala Bassa

Francisco Móglia com Jatobá Cala Bassa

Francisco Móglia com Iamace Cala Bassa

Veja também:

>> Clique aqui para ver a planilha final da Credenciadora Aberta ao Freio de Ouro de Pelotas, prova onde Marcelo e Francisco credenciaram juntos os animais de criação da família

>> Clique aqui para ver a planilha da Credenciadora de Inéditos de Pelotas, que também integrou a programação