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Gira Técnica pelo Mato Grosso é concluída com 12 inscrições de RP 01

20 DE DEZEMBRO DE 2021 - ATUALIZADA EM 13 DE JANEIRO DE 2022 | Redator: Jadde Molossi da Silva/ABCCC

Foram cerca de 7 mil quilômetros percorridos, 20 municípios visitados, 30 criadores e proprietários atendidos, e uma certeza incontestável: a raça Crioula cresce com força no Mato Grosso. Os atendimentos realizados na gira técnica que, entre novembro e dezembro, passou por quase a totalidade das regiões do estado, com exceção da região Sudeste e do Araguaia (que já haviam recebido visitas programadas mais cedo neste ano) resultaram em 53 inscrições provisórias e 31 registros definitivos de Cavalos Crioulos. O que mais chama a atenção, porém, é a quantidade de novos criadores da raça. Dupla responsável por cumprir o itinerário de visitas no estado, o expansionista Lucas Lau e o técnico credenciado à ABCCC Rodrigo Teixeira realizaram, nestes dias, doze inscrições de RP 01 e registros de afixos, sinal de que a raça Crioula vem propagando não somente os seus frutos, mas também as suas raízes no estado.

No município de Porto Esperidião, Sudeste do Mato Grosso, a gira técnica começou seu trajeto com a visita ao novo sócio Incentivo da ABCCC Eitor Eleno Grosse. Apaixonado pelo Cavalo Crioulo desde os 13 anos, quando participava de um CTG na região central do Paraná, onde nasceu, ele finalmente tem uma criação da raça para chamar de sua: “Eu tinha mais sonho de ter um animal marcado do que um carro, uma camionete. Agora foi marcado o primeiro animal nascido na minha propriedade. Foi realizado um sonho”, conta Eleno, que pretende usar seus Crioulos para correr em competições de laço.


Na gira técnica, o criador Eitor Eleno Grosse pôde marcar seu RP 01, aos 3 anos de idade

Quem também teve o seu RP 01 registrado nesta gira foi Ivanete Brandão Soares, gaúcha natural de Severiano de Almeida que hoje trabalha com criação de gado Nelore no município de Apiacás. Localizado a quase 1000 km da capital, Cuiabá, o município faz parte da região Extremo Norte do estado, uma das que mais registraram aumento no número de atendimentos, junto com a região Sul. Na Cabanha Dalla Pepita, Ivanete recebeu os técnicos para uma resenha e uma confirmação, ambas muito aguardadas após meses de incerteza se os registros viriam ou não. “Comprei minha égua na emoção de uma festa de laço, mas quando cheguei em casa, fui medir e vi que faltavam uns 3 centímetros para atingir a altura necessária para marcar. Fiquei desanimada”, lembra Ivanete. O desânimo inicial, porém, deu lugar a 7 meses de muita dedicação para que a égua se desenvolvesse adequadamente. “Comecei a pesquisar, buscar informações, e vinha trabalhando com ela suplementação, alimentação, medicação, treinos…”. Todo esse cuidado deu resultado, e a égua, tendo atingido a altura determinada no regulamento de Registro Genealógico, agora exibe na coxa direita a marca do Cavalo Crioulo. Emocionada, a criadora comemorou: “O registro dela é um troféu de toda essa caminhada. Hoje estou com duas Crioulas, a potrinha está resenhada e a gente está vendo de comprar um garanhão”. 

Para o futuro, além do crescimento da criação, Ivonete projeta o uso do animais para competições: “Como já estão vindo incentivos de Morfologia para a região do Mato Grosso, além de competições como o Ranch Sorting, a nossa intenção é treiná-los para também participar futuramente”.

Expansão de possibilidades

De fato, o fomento a usos variados do Cavalo Crioulo vem crescendo no estado, como ficou demonstrado no Final de Semana da Raça Crioula, um evento realizado na semana final de gira técnica, entre 3 e 5 de dezembro. Com realização do Núcleo Integração Norte do Mato Grosso junto ao CTG Sentinela da Tradição, o evento foi sediado no município de Lucas do Rio Verde, no Centro-Oeste do estado. Em sua programação, além dos tradicionais Crioulaço e demais provas de laço, foram incluídas também a primeira Exposição Morfológica (confira a galeria de fotos) e a primeira competição de Ranch Sorting do Cavalo Crioulo do Norte do Mato Grosso. Em uma localidade que ainda é mais de usuários do que de criadores do cavalo, a quantidade e a qualidade dos animais na Exposição surpreendeu, e o exemplar que ficou com o título de 4ª melhor fêmea, após avaliação do jurado Rodrigo Albuquerque Py, tem origem mato-grossense. Foi a Bailanta Fedrizzi, uma égua recém confirmada, nascida no município de Campo Novo do Parecis/MT. 


Na foto, Cela do Piraí (F) e RJD Nosso Naipe (M), Grandes Campeões da primeira Exposição Morfológica do Norte do Mato Grosso

Satisfeito com o sucesso do Final de Semana do Cavalo Crioulo, Fabiano Gavioli Fachini, presidente do Núcleo, destaca a importância da contribuição da ABCCC: “Sem ela, a gente não conseguiria fazer o evento. A Associação sempre se faz muito bem representada pelo expansionista Lucas Lau, que é muito atuante na nossa região, solucionando o que a gente precisa. E na festa, ainda tivemos a presença do Rodrigo Py como jurado e do Rodrigo Teixeira como técnico. O Núcleo, os sócios do Núcleo e os demais participantes se sentiram valorizados com a presença dessas pessoas enviadas pela ABCCC”, conta. Após um evento que teve a presença de mais de 200 Cavalos Crioulos, com 51 duplas e 7 criadores participantes do Crioulaço, 40 animais confirmados e 7 incentivos na Exposição Morfológica e 45 competidores na prova de Ranch Sorting, Fabiano conclui: “A semente da diversificação de modalidades no Mato Grosso está plantada. Agora é só cultivá-la”.

Sobre as Giras Técnicas

Fornecidas periodicamente, as Giras Técnicas têm o objetivo de aproximar a ABCCC dos estados mais distantes da sede e que não possuem supervisores credenciados residentes, auxiliando e orientando criadores, proprietários e possíveis novos usuários do Cavalo Crioulo. São disponibilizados serviços como registro provisório e definitivo, resenha, auxílio técnico, revisão das manadas, confirmação dos animais e toda a orientação que os participantes precisarem. 

FOTO DE CAPA: Criação de Cavalo Crioulo dividindo os campos com uma criação de Nelore PO, na Fazenda Sete Irmãos (Juara/MT)