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Laboratório desenvolve pesquisa sobre predisposição ao ganho de peso na raça Crioula

18 DE NOVEMBRO DE 2020 - ATUALIZADA EM 18 DE NOVEMBRO DE 2020 | Redator: Fabricio Lemos/ABCCC

Um estudo realizado pelo Laboratório de Pesquisa em Saúde Digestiva e Desempenho de Equinos (LabEqui), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ-USP), de Pirassununga/SP, está buscando avaliar a predisposição a obesidade e a Síndrome Metabólica Equina em animais da raça Crioula. O projeto que está sob responsabilidade da mestranda Raquel Pereira Buroxid e com orientação do Prof. Dr. Alexandre Augusto de Oliveira Gobesso está sendo desenvolvido em três etapas, sendo a primeira um formulário de perguntas direcionado aos proprietários e criadores da raça (Acesse o link no final da matéria).

 

Sobre o estudo

A pesquisa está sendo realizada pela mestranda em Nutrição e Produção Animal, Raquel Buroxid, de 28 anos, natural de Pelotas/RS e formada em Zootecnia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) — parceira de longa data em pesquisas relacionadas a raça Crioula — e têm como finalidade comprovar a existência de um fator genético que interfere no desenvolvimento dos animais da raça. A principal explicação para a ocorrência seria o processo evolutivo do animal que, juntamente a domesticação com dietas altamente energéticas, resultaram em uma maior predisposição ao sobrepeso.

 

Segundo Raquel, há relatos tanto por parte de profissionais da área, quanto de estudos relacionados à Síndrome Metabólica Equina que comprovam esta predisposição ao ganho de peso em raças de mesma origem genética. “É possível notar que em alguns grupos de equinos submetidos as mesmas condições nutricionais, alguns se destacam em relação ao escore de condição corporal e peso” exemplifica a mestranda.

 

A pesquisa também busca desenvolver, a partir da comprovação de seus estudos, um modelo alimentar ideal para a raça, de modo a auxiliar proprietários e criadores com o manejo de seus animais, assim como evitar que os exemplares venham a ter uma longevidade atlética curta, pois segundo a pesquisadora “O sobrepeso, principalmente a obesidade, faz com que o equino deixe de expressar todo o seu potencial genético. Ao treinar um cavalo que está com sobrepeso ou obesidade, ele pode não expressar o seu melhor, além de poder gerar lesões por isso” afirma a mestranda que também ressalta que em caso de potros em desenvolvimento, tal fator pode ocasionar uma deficiência no crescimento, ou seja, o animal pode não atingir a altura mínima estimada pela raça.

 

Das etapas da pesquisa

Sendo a primeira etapa do estudo, o formulário auxiliará na pesquisa trazendo um panorama de como é feito, de modo geral, o manejo desses animais. “Através das respostas dos proprietários e criadores, saberemos qual é o biotipo corporal que o criador preconiza, quais alimentos e quantidades são ofertados” explica Raquel que complementa com os próximos passos da pesquisa “Depois desse formulário, queremos fazer um experimento para avaliar o microbioma desses animais, quais microrganismos específicos estão ligados a predisposição ao ganho de peso e na terceira etapa iremos avaliar se há marcadores moleculares para rastrear indicadores de Síndrome Metabólica Equina que mostrem que existe uma hereditariedade” afirma.

 

PARTICIPE RESPONDENDO AO FORMULÁRIO, CLIQUE AQUI.