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Memórias, estâncias e andanças de Vilson Souza

01 DE SETEMBRO DE 2020 | Redator: Renato Dalto

Anotadas em detalhes nas folhas de um caderno, as memórias de Vilson Souza começam em 1905, o tempo dos seus avós. Mas isso não se trata de uma memória individual, mas coletiva. Remete ao tempo das grandes estâncias e de um tipo de cavalo ligeiro feito para as carreiras e cavalaria militar. Sua árvore biográfica se enraíza aí. É a história de um homem que atravessa ciclos e tendências do Rio Grande, o apogeu da lã e da pecuária e a grande revolução da Raça Crioula. É uma obra que dá sentido ao que é, hoje, a mais pujante raça de sela do Brasil.

São múltiplos os sentidos dessa biografia. Não é simplesmente a trajetória de um ginete, mas a leitura de um tempo e suas transformações. Mudou a economia, o homem e, sobretudo, o cavalo. É nisso que se esquadrinha a obra. Como escreveu Ortega y Gasset, é o homem e suas circunstâncias.

Essas circunstâncias são as nuances que trouxeram o cavalo crioulo até aqui. De um animal exageradamente pesado e lerdo a um cavalo ágil, de linhas suaves e muito movimento. Mas isso se forja é nesse dia a dia da vida rural, nisso que alguns historiadores chamaram de saga dos povos pastores. Atavismos e hábitos que nos identificam. Essa biografia de Vilson Souza é isso – nossa identidade e espelho. A memória que faz o presente. E faz com que cada um se reconheça nesse universo tão rico e tão particular que é a Raça Crioula.

Vilson Souza | uma biografia