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Regulamento do Concurso Nacional de Aperos é oficializado

21 DE MAIO DE 2020 - ATUALIZADA EM 22 DE MAIO DE 2020 | Redator: Pedro Henrique Krüger/ABCCC

Lançado oficialmente pela ABCCC durante a premiação do Concurso de Guasqueiros, no ano passado, em Esteio/RS, o Concurso Nacional de Aperos agora tem regulamento oficial. A prova é de cunho cultural e, segundo o próprio regulamento, tem o propósito de “demonstrar e resgatar as artes e ofícios que compõem o tradicional arreio do gaúcho, especialmente do ‘gaúcho histórico’, que vivia de forma contínua sobre o lombo do Cavalo Crioulo”.

Em final única, em data e local previamente divulgados pela ABCCC, os competidores serão divididos em seis categorias: Apero de Luxo Prateado; Apero de Luxo Prateado e Sogas; Apero de Luxo com Sogas; Apero de Trabalho; Temático; e Amazona. Além disso, é uma competição individual, na qual os participantes não necessitam ser proprietários ou criadores de Cavalos Crioulos, sócios de núcleos ou da ABCCC. Em relação ao animal, porém, serão admitidos apenas equinos Crioulos devidamente confirmados.

Clique aqui e acesse o regulamento oficial

De acordo com o organizador do concurso e membro da Subcomissão Cultural da ABCCC, Henrique Fagundes da Costa, o concurso atinge vários objetivos culturais. “Primeiro, ele vem para valorizar essa tradição equestre que temos no Rio Grande do Sul e, depois, essa tradição que nós temos dos artesãos, que trabalham nessas peças de arreios”, aponta, tais como tecelões, guasqueiros, prateiros e ferreiros.

Ao jogar luz sobre o trabalho de inúmeras pessoas, a história e a cultura são preservadas, conforme conta o coordenador da Subcomissão Cultural da ABCCC, Cássio Rodrigo Panitz Selaimen. “É uma iniciativa muito importante para a associação e para a cultura do cavalo em geral porque esse conhecimento limitado que existe hoje no Estado, pela evolução normal da população, é uma ciência que vem perdendo espaço, mas em contrapartida vem ganhando em muita qualidade”.

Além disso, o papel da ABCCC como protagonista na organização dessa atividade também é simbólico, na visão do organizador Henrique Fagundes da Costa. “[A ABCCC] tem um papel primordial também na preservação da cultura gaúcha porque nas provas da raça Crioula é obrigatório o uso da pilcha e do arreio, que estão previstos em regulamento”, salienta.

Uma história viva e em movimento
O primeiro concurso de aperos realizado no Brasil aconteceu em 2008, em Pelotas/RS. Organizado por Rodrigo Schlee e Fernanda Valente, o evento foi um sucesso, conforme relembra Henrique Fagundes da Costa. “Pelotas é uma cidade que teve muita riqueza no passado, muita importância cultural com a questão das charqueadas. Então tinha ali naquela cidade muitos prateiros, muitas casas que importavam essas peças da Europa, peças de alpaca, e casas de prateiros que faziam todas as peças do arreio em prata e ouro”, ressalta.

Um ano depois, em Bagé/RS, organizado pelo próprio Henrique Fagundes da Costa, o concurso de aperos continuou a escrever a própria história. “A gente está em 2020, então o concurso trilhou o seu caminho nesse tempo. Ele não foi uma coisa esporádica porque foram feitos outros em Bagé, depois em Santana do Livramento, em Viamão, em Alegrete, então o concurso seguiu porque isso é uma história muito viva”, finaliza.

ABCCC e o investimento contínuo na cultura
“A gente enxerga com muitos bons olhos todos os eventos culturais, [assim como] esse, com muito carinho, porque é uma arte que deve ser preservada, deve ser continuada, deve ser ensinada”, afirmou Cássio Selaimen, que ainda citou outras iniciativas da ABCCC como “festivais, músicas, programas de rádio, todas as coisas que linkam o cavalo ao homem, seja ele do campo ou urbano”.