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Estela Facchin cumpre com êxito percurso do Enduro de Bagé/RS

10 DE MARçO DE 2020 - ATUALIZADA EM 10 DE MARçO DE 2020 | Redator: Juliana Rosa/ABCCC

O talento da jornalista Estela Facchin para comunicar aos amantes da raça Crioula não vem de hoje. Sua habilidade em contar histórias de forma próxima dos protagonistas ou do tema em questão é seu grande diferencial. Na primeira prova do ciclo 2020 de Enduro, na cidade de Bagé/RS, a vontade de participar como repórter em ação ficou de lado para acionar o modo ginete. Os 30 km foram concluídos com muita força, emoção e auxílio de outras mulheres.

Esta foi a primeira participação da apresentadora das transmissões da ABCCC em provas oficiais da raça. Anteriormente já havia realizado cursos de jurada para o Freio de Ouro, Morfologia e Movimiento a La Rienda, mas sentia que precisava vivenciar o outro lado - o da competição. Escolheu o Enduro por acreditar que seria uma prova mais tranquila e por entender que se trata de uma modalidade mais democrática, onde todo mundo pode participar. “Isso me traz ainda mais conhecimento porque nossa função como comunicadores especializados em um setor exige um conhecimento técnico enorme. Sem dúvida, viver esse outro lado me trouxe muita bagagem”, acredita.

Montando a égua Tapuia Dos Faria, de propriedade de Luan Robaina da Fazenda Rincão do Barreto, Estela criou conexão imediata com sua companheira. Docilidade, mansidão e sensibilidade foram características da moura citadas por ela. Em um momento de nervosismo com a estreia e percebendo um longo desafio pela frente, o conjunto sabia desde o início que conseguiria passar pelos obstáculos necessários do percurso. “Quando largamos, a égua queria sair na frente, mas ela conseguiu captar tão bem que tinha alguém ali que não estava tão preparado para acompanhá-la, que eu não estava no mesmo ritmo que ela, e ela soube respeitar esse meu limite”, recordou, lembrando que Tapuia vinha sendo treinada desde novembro de 2019.

 


Dos percalços, a força feminina
Estela percorreu os primeiros 15 km de cavalgada a trote e galope. Após meia hora de descanso dos cavaleiros e do vetcheck dos animais, foi hora de voltar à estrada de chão para percorrer os 15 km restantes. Com eles, as dores e o cansaço apareceram. Quando anoiteceu, algumas pessoas a acompanharam para iluminar a estrada, mas determinado trajeto do percurso não possibilitava acesso de carros. A jornalista sentiu o carinho e apoio da comissão organizadora quando uma mulher seguiu o caminho, mesmo a pé, para acompanhá-la.

“Não me senti sozinha em nenhum momento. Cheguei quase duas horas depois do primeiro colocado, mas concluí porque me propus a isso, a completar esse desafio”, disse. Em sua avaliação, a égua estava em perfeitas condições para ganhar a prova, mas que no fim, o conjunto conseguiu dar o seu melhor. Ao cruzar a linha de chegada, mais duas mulheres que também participaram da prova foram amadrinhar a competidora. Para ela, a equipe percebeu sua determinação e sensibilizou-se a acolhendo, contribuindo para sua sensação de dever cumprido.

Muito além das câmeras

Recentemente Estela adquiriu uma égua em um remate da Cabanha Capanegra. O animal em questão estava habilitado a correr uma prova de redomão onde o melhor colocado ganharia uma moto. A mais nova proprietária deu sorte - seu primeiro exemplar da raça classificou na primeira colocação e a jornalista voltou de moto para casa. 

Ao saberem do feito da jornalista, competidores da prova Freio do Proprietário a incentivaram a participar das provas da modalidade. Ela conta que surgiu até uma dupla para Paleteada, mas ainda é muito cedo para decidir estrear efetivamente nas pistas.