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ClinEq leva pesquisas sobre o Cavalo Crioulo para evento mundial de tecnologia de embriões

06 DE MARçO DE 2020 | Redator: Leonardo Silva/ABCCC

As discussões acerca do Cavalo Crioulo perpassam o território nacional, não só no sentido de exportar provas e eventos, mas também de fomentar debates sobre a evolução genética da raça Crioula que vem se destacando dentro e fora das pistas. Neste cenário, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que conta com uma clínica especializada em equinos (ClinEq), vem utilizando o Cavalo Crioulo como carro-chefe nas mais diversas apurações da área da medicina veterinária.

Com o sucesso no desenvolvimento das pesquisas na ClinEq, a entidade foi selecionada a participar de um dos mais importantes e expressivos eventos da alta pesquisa e tecnologia aplicada no campo da reprodução equina, o Simpósio Internacional Sobre Transferência e Tecnologias de Embriões Equinos (ISEET).

O congresso acontece nos dias 3 a 5 de julho de 2020 na cidade de Pisa, na Itália, e contará com duas pesquisas que levam o Cavalo Crioulo como objeto.

A pesquisa
O primeiro resumo, em parceria com a Central de Reprodução Hartwig Fertilidade Equina, recebeu o título de Índices reprodutivos em éguas da Raça Crioula com a utilização do sêmen processado. A pesquisa trouxe como principal resultado a similaridade dos índices de prenhez quando comparados aos métodos de cobertura, como monta natural controlada ou inseminação com sêmen fresco, resfriado ou congelado.

O segundo estudo, denominado de Transferência de Embriões na Raça Crioula: Qual o impacto econômico da transferência de embriões na Raça Crioula, comprovou o crescimento progressivo do número de transferências de embriões registrados anualmente junto à ABCCC, mesmo com a redução do total de potros nascidos nos anos de 2015 e 2016.

Neste artigo se comprovou o aumento no índice de potrancos que atingiram o registro definitivo provenientes da transferência de embriões, onde 60% desses potros chegaram ao registro final. Já os que não nasceram via transferência de embriões, somente 36% receberam a marcação; comprovando que o método definido para seleção das potenciais éguas “doadoras de embriões” foi assertiva e em prol do incremento zootécnico da raça.

Os autores desses estudos foram as alunas de graduação em Veterinária UFPel, Isadora Paz Santos e Tatiane Almeida; alunas de pós-graduação em Medicina Veterinária Camila Wendt, Ruth Patten e Bruna Suñe Moraes, sob orientação dos professores Carlos Eduardo Nogueira e Bruna da Rosa Curcio.


Projetos futuros
Atualmente os trabalhos realizados pelo grupo, tendo a raça Crioula como objeto, possui foco sobre a obesidade dos equinos nas mais diversas categorias. Sabe-se que este problema está diretamente relacionado com a Síndrome metabólica Equina, promovendo predisposição a laminite - mais conhecida como aguamento, um processo inflamatório agudo ou crônico das estruturas sensíveis do casco, resultando em claudicação e deformidades permanentes - e alterações ortopédicas do desenvolvimento. Este estudo também foi desenvolvido nos participantes do Freio de Ouro de 2019 e em breve serão divulgados pelo grupo.

Segundo a professora Bruna da Rosa Curcio, a ClinEq já conta com estudos observacionais sobre a utilização de indutores de ovulação e gestação gemelar em éguas Crioulas. “Já em relação à transferência de embriões, o objeto é dar continuidade nesse acompanhamento junto à ABCCC, incrementando com a avaliação do desempenho desses animais nas pistas”, aponta Curcio. Além disso, trabalhar fatores ambientais, maternos e fetais em busca de esclarecimentos sobre particularidades da gestação na raça Crioula também é um dos objetivos para este ano.