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Xucra Apagada e Eduardo Vidal de Moura vencem a 15ª Marcha de Integração

02 DE JULHO DE 2016 - ATUALIZADA EM 04 DE JULHO DE 2016 | Redator: Andressa Barbosa/ABCCC

O ponteiro ainda nem havia marcado 7h30min e lá estavam os últimos 20 conjuntos enfileirados na estrada de chão batido em frente ao CTG 93, em Bagé/RS. O esforço dos últimos 15 dias atingiu ao raiar deste sábado, 2 de julho, um significado mais forte, pulsante a cada trote. Finalmente chegou a tão esperada chegada, aquela que consagraria a fêmea Xucra Apagada como o novo ícone da rusticidade Crioula na 15ª Marcha de Integração.


 


A estratégia acertada da Cabanha Xucra, de Pelotas/RS, ao apostar no melhor aproveitamento da fêmea, ainda no penúltimo dia, foi o diferencial que garantiu a vitória. Comandada pelo ginete Eduardo Vidal de Moura, a matriz demonstrou segurança para impor no 14º dia um ritmo mais forte, o suficiente para voltar com seu cavaleiro à linha de chegada no dia seguinte sob os gritos emocionados de “é campeão”.


 


Tudo isso se tornou realidade quando Xucra e Moura abriram uma vantagem de 10 minutos e 51 segundos na penúltima etapa livre, marca que mesmo com a pegada firme de Jurubeba do Rincão da Querência - a primeira a completar os 40 quilômetros restantes da fase conclusiva – conseguiu superar. “Fizemos um planejamento e joguei todas as fichas ontem (1º). Sabíamos que hoje (2) seria a parte mais difícil e no dia anterior vimos que ela vinha em boas condições. Foi quando resolvemos tirar o nosso diferencial”, conta o expositor de Xucra Apagada, Eduardo Gomes Zambrano.


 


Recuperação dupla


Entretanto, não foi somente a resistência de Xucra que demonstrou uma grande capacidade de recuperação, mas a de seu cavaleiro também. Próximo ao evento, Moura sofreu um acidente e estava bastante debilitado quando subiu no lombo de sua companheira. Portanto, para ele, a dupla conseguir chegar bem ao final de um desafio dessa magnitude é uma conquista sem precedentes e de um valor inestimável.


 


“Não tem explicação, todos os cavalos estão bem treinados. E eu nunca pensei no prêmio mesmo. A vida do animal vale muito mais. Foi o respeito que tenho por ela e o trabalho de todos que nos ajudou a ganhar. E eu, achei que nem ia estar aqui, mas com o apoio de todos, conseguimos”, fala Moura ao enxugar as lágrimas que insistiam em cair enquanto ele falava da emoção de se recuperar a tempo e da égua chegar saudável ao momento de sua consolidação na temporada.


 


Todos são vencedores


Na maior parte das etapas, a dupla formada por Índia do Rincão da Querência, sob o comando de Luís Umberto Rodrigues, o Balula, vinha fazendo os melhores tempos. Mas tudo tomou um novo rumo quando Xucra e Moura colocaram a estratégia da Cabanha Xucra em ação. E se na maior parte da prova a campeã das duas marchas de 2014 comandou o certame, na largada derradeira vários conjuntos tiveram o gostinho de puxar a tropa que chegou a ser capitaneada no trajeto, cabeça a cabeça, por vários conjuntos, entre eles, Caprichosa Del Metejon.


 


Integridade em primeiro lugar


Apesar de ser um duro desafio, a Marcha não é uma prova arbitrária. Pelo contrário, a preocupação com o bem-estar animal é a palavra de ordem, por isso cada seletiva conta com uma equipe de veterinários responsáveis pela monitoração das condições dos Crioulos durante cada fase. Em Bagé, Carlos Casas Pereira, Fabiane Alves Michelon, Leandro Cruz Freitas, Natasha Moreira Abascal e Rodrigo Dias Michelon formaram a Subcomissão Veterinária.


 


Conforme o comissário da prova, Carlos Sá Azambuja Neto, um dos grandes pontos altos foi o alto nível de responsabilidade dos cavaleiros, que souberam respeitar o limite de cada exemplar, sem exigir em nenhum caso além da conta. “Tudo transcorreu da melhor forma possível, a comissão veterinária muito bem preparada e a conscientização dos ginetes foram exemplares. Isso aliado a uma série de fatores e ao preparo dos animais fez com que todos chegassem em boas condições”, afirma.


 


A seletiva contou ainda com a supervisão técnica de Luiz Francisco Quadros Leite, profissional credenciado à Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).


 


Uma prova de 45 dias


O que se viu, porém, entre a autorização para o começo do trajeto em 18 de junho e a conclusão do percurso no dia 2 de julho, é o reflexo do trabalho realizado um mês antes da largada. Isso porque cada animal ficou em concentração por um mês, alimentando-se a pasto e água, sem qualquer tipo de esforço físico. Tudo para que a manada ganhasse peso suficiente para executar o exigente trajeto de 750 quilômetros, divididos em duas etapas diárias, durante 15 dias. Este foi o panorama vivido na Estância Santa Maria, que durante os 30 dias anteriores, abrigou os participantes dessa edição, proporcionou as condições alimentares e a estrutura para a Subcomissão Veterinária acompanhar cada um dos 39 conjuntos que se lançaram na disputa deste ano.


 


Transmissão online


Seguindo a tendência da qualificação da experiência do público em cada decisão crioulista, a 15ª Marcha de Integração contou ainda com a transmissão online da Rádio Tertúlia. Ao montar sua estrutura em Bagé, a emissora uniu a apresentação de Rodrigo Alegrete e os comentários de Claudino Neves Corrêa que forneceram em detalhes cada desdobramento dois dias decisivos das etapas livres.


 


Confira o resultado (ainda não homologado pela ABCCC):


 


1º Lugar Geral, 1º Lugar Égua Maior de 7 anos e Melhores Condições de Seguir Marchando


Xucra Apagada


Ginete: Eduardo Vidal de Moura


Tempo: 67h26’40’’


 


2º Lugar


Caprichosa Del Metejon


Ginete: Ivonir Silveira


Tempo: 67h38’41’’


 


3º Lugar


Fumarada Del Camino


Ginete: Alberto Patrón Araújo


Tempo: 67h45’09’’


 


Reprodutor


Piraí 1643 do Nobre


 


Égua Menor de 7 anos


CM Julia do Cinco Salsos


 


Cavalo Castrado


Este Diablo Chimarrão


 


Melhores Aprumos


Anarolino da Bandeira


 


Melhor Lombo


Campana Osorno


 


Selo de Raça


Zamba G do Camboim