Expointer: Trabalho para as mãos do guasqueiro
05 DE AGOSTO DE 2015 - ATUALIZADA EM 06 DE AGOSTO DE 2015 | Redator: Rochele Ücker/ABCCC
Os ginetes vencedores da final do Freio de Ouro (Ciclo 2015), incluindo aquele que conquistar o título de Ginete do Ano, vão receber um valioso regalo. Ao todo, sete conjuntos de bainhas e facas vão ser conferidos aos centauros campeiros - importantes personagens da história da modalidade.
Da combinação do trabalho rudimentar e sutil surge uma peça valiosa e de beleza singular, garante o guasqueiro. Proprietário da El Paysano Sogueria Criolla, Felipe Luis Giovenardi Toniazzo, assina a produção das bainhas neste ano. Por merecimento, foi convidado a contribuir com seu talento na construção da memória do Freio.
A bainha tem o valor medido por sua utilidade e significância. Preserva a faca, considerada ferramenta indispensável para o homem provinciano. Sua confecção em couro valoriza ainda mais a peça, que já faz parte da indumentária do ginete. O aparato em couro cru é marca e legado do homem oriundo do campo. Tido como artefato tradicional no universo do cavalo Crioulo, é encontrado facilmente, seja no apero do cavalo ou na vestimenta do cavaleiro.
O artista por trás da obra
Professor de Educação Física formado, Felipe Luis Giovenardi Toniazzo, optou por se dedicar ao ofício de guasqueiro. Há cinco anos investe em seu ateliê, o El Paysano Sogueria Criolla.
Toniazzo conta que teve, em 1999, seu primeiro contato com o artesanato em couro. Quando participava do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) concorreu ao título de Peão Farroupilha, para tal teve que apresentar uma prática tradicionalista. Escolheu a trança, aprendeu a técnica e pegou gosto pela coisa.
Foram onze anos até o passatempo se transformar em negócio. Entre 2003 e 2006, adotou a guasquearia como fonte alternativa de renda. E, após um hiato de quatro anos, em 2010, retomou a prática estabelecendo em sua residência o seu ateliê. Hoje, tem seu trabalho reconhecido e valorizado por aqueles que admiram a autenticidade da arte em couro.
Estudo, técnica e material de qualidade são fundamentais. Mas para compor um bom trabalho, além de mate e música, Toniazzo, busca integrar ao seu processo criativo tudo aquilo que acontece ao redor. O dia-a-dia no ateliê, a cultura e a tradição da sua terra se transformam em inspiração. Talvez por isso, cada peça que produz insinue contar uma grande história.
Sobre o futuro da profissão, Toniazzo, diz que atualmente poucos produzem um trabalho como o seu – de tento fino, “cerca de dez pessoas”, e por isso, transmite o conhecimento que possui para todos aqueles que o procuram desejando aprender. Ao ser questionado sobre o seu legado, o guasqueiro, orgulhoso conta que sua filha ainda é muito nova para aprender, mas que, com apenas três anos, ao se deparar com as peças reconhece “o trabalho do papai”.
*O ateliê fica localizado em São Leopoldo/RS, com atendimento ao público de segunda-feira à sexta-feira, das 8h às 11h30min e das 13h às 18h. Encomendas também podem ser efetuadas por rede social, através deste link.
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