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Evento discute inserção do cavalo Crioulo no Piauí

11 DE JULHO DE 2014 - ATUALIZADA EM 27 DE NOVEMBRO DE 2014 | Redator: Francine Neuschrank/ABCCC

Saída dos pampas gaúchos, a raça Crioula vem ganhando espaço em todas as partes do país e agora começa a se fortalecer também no território nordestino. Nos dias 19 e 20 de junho, a cidade de Teresina/PI foi sede do projeto “Foco na Vaquejada”, evento que reuniu atletas e criadores locais na realização de atividades que incluíram a discussão da inserção do cavalo Crioulo na região.


Em seu primeiro dia, a programação contou com a presença de representantes da raça vindos do Sul do país. Em nome da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), o técnico Alexandre Suñe, falou aos participantes sobre a história e a formação do cavalo Crioulo e também apresentou as modalidades oficiais da entidade, com foco na principal seletiva da raça, o Freio de Ouro. Segundo o supervisor, a receptividade foi destaque. “Trago uma sensação muito positiva de lá. Parece que o Nordeste está dedicado no uso do Crioulo, pois provou o cavalo e viu seu potencial, principalmente para as provas de Vaquejada”, conta.


Na opinião de Suñe, a visão dos nordestinos sobre como investir na raça vem mudando, mas ele ainda acredita que é preciso insistir na busca por qualidade ao invés de prezar pelo baixo custo na hora da compra. “Muitos partem em busca de preços menores e acabam adquirindo animais que não se adaptam bem as atividades. Por isso, é preciso que os interessados sejam um pouco mais seletivos para garantir o retorno positivo”, afirma o supervisor.


Outra questão que gerou boas expectativas durante o encontro foi a discussão da possibilidade de criação de um núcleo de criadores da ABCCC no estado. “Eles ficaram muito entusiasmados com a ideia e eu vejo isso como uma ótima forma de expansão. Tendo um Núcleo no Piauí, toda a região começa a enxergar mais a raça”, acredita Suñe.


Outra figura com história ligada ao cavalo Crioulo que esteve presente no evento foi o criador Felipe Motta, que também acredita no potencial da raça da região. “Me surpreendi positivamente ao ver que já tem um bom número de Crioulos no estado e que os criadores estão interessados em se qualificar”, diz o crioulista. Motta falou de sua experiência no meio e fez uma apresentação da trajetória da cabanha Don Teju, localizada no município gaúcho de São Borja e de propriedade de sua família.


Contando com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), o evento também ofereceu cursos de Rédeas e de Doma no Sítio do Vale do Amanhecer, sede do encontro.  


 


Fruto do Projeto Vaquejada


A iniciativa realizada pelos piauienses teve origens em 2010, quando a ABCCC deu início ao Projeto Vaquejada, que surgiu com o objetivo de consolidar o Crioulo no Nordeste e inserir a raça nas provas de Vaquejada, modalidade tradicional na região. Um dos beneficiados pela campanha, o criador Marcelo Sérgio é um entusiasta e aficcionado pela raça, que já possui pelo menos um exemplar Crioulo conquistando destaque nas disputadas de Vaquejada, e foi um dos principais responsáveis por organizar o encontro.