Logo -
sombra

Confecções utilizam a imagem do cavalo como inspiração

08 DE JULHO DE 2014 - ATUALIZADA EM 27 DE NOVEMBRO DE 2014 | Redator: Francine Neuschrank/ABCCC

Para os que acham que se vestir bem é usar aquilo que se gosta, nada melhor do que andar com suas preferências e paixões estampadas na própria roupa. Atento a essa característica, o mercado da moda tem investido em atender os desejos específicos de cada público. Nessa tendência, a cultura do campo tem servido como inspiração para a criação de grifes exclusivas e a imagem do cavalo - principalmente a do Crioulo - tem ganhado o gosto dos consumidores.


Há pouco menos de um ano, Katiane Feistauer conseguiu unir suas duas paixões, a costura e o cavalo Crioulo, na criação da confecção Santa Helena. Voltada para o público feminino, a marca faz utilização de imagens da raça em diferentes peças de roupa e é voltada especialmente para os meios crioulista e campeiro.


Katiane, moradora da cidade de Caxias do Sul/RS, conta que a ideia era antiga e que para colocá-la em prática teve o apoio da mãe, que é costureira, e também a influência do pai e do marido, ambos ligados ao cavalo Crioulo. O próximo passo, então, foi estabelecer parcerias com os fotógrafos, com os quais seleciona e utiliza as imagens em suas criações. Hoje, a marca trabalha com as fotografias feitas por Fagner Almeida, Felipe Ulbrich e Karla Spall. 


De acordo com a gestora, nesse curto tempo de atuação, o público tem aceitado muito bem os produtos, já que suas peças são exclusivas e o mercado ainda é restrito. “Existe muita procura, principalmente entre os crioulistas, porque não é uma estampa que se encontre facilmente. Esse é o nosso diferencial”, justifica Katiane, que tenta sempre que possível estar presente expondo suas peças em eventos do meio rural.


 


Moda urbana com o toque do campo


Utilizando um conceito diferente, a marca Escaramuça lançou, no início deste ano, sua primeira coleção de roupas urbanas com estampas que resgatam a essência do campo e também tem presença constante da figura do cavalo. De acordo com um dos gestores da marca, Eduardo Rodrigues, a proposta da grife é unir tradição e inovação. “A ideia é juntar as principais tendências da moda com as características tradicionais do campo através da imagem na roupa”, explica.


Mesmo trabalhando também com outras raças, a figura do cavalo Crioulo tem sido a mais referenciada nas criações da marca. “Acabamos trabalhando com o Crioulo porque ele é o mais tradicional aqui no Sul”, explica Rodrigues. Parte do mérito também pode ser atribuída aos fotógrafos especializados na raça, Fagner Almeida e Alexandre Teixeira, que fazem parceria com a empresa. Eduardo Rocha e Stafany Batista são os nomes que completam a equipe responsável pelas imagens que integram a primeira coleção.


Com as peças de lançamento da marca ainda à venda, a Escaramuça já se prepara para o lançamento da segunda coleção, que deve ocorrer no mês de julho. Com sede na cidade de Joinville, em Santa Catarina, a empresa já distribui seus produtos para outros estados e mantém objetivos bem definidos para o futuro. “A proposta é exportar inclusive para o exterior, onde o público também tem bastante gosto e interesse pela figura do cavalo”, conta o diretor da grife.


 


Famosos também vestem a ideia


Além de ganhar o gosto do público em geral, as confecções com um toque de campo têm atraído o olhar de personalidades famosas. As camisetas da marca Escaramuça, por exemplo, já passaram pelas mãos do cantor Michel Teló e da dupla sertaneja Fernando e Sorocaba.


Rodrigues conta que a proposta da grife foi bastante elogiada pelos famosos, principalmente pelo cantor Sorocaba. “Ele gostou bastante da nossa ideia e do conceito da marca. Como resultado disso, estamos pensando em uma parceria para uma linha exclusiva com o nome da dupla”, revela o diretor, acrescentando que a aceitação que essas personalidades têm com seus produtos vem funcionando como um grande meio de divulgação para a empresa.


 


Do clique ao tecido


Figuras já conhecidas no universo do cavalo Crioulo, os fotógrafos da raça têm sido peça importante para as confecções que adotam essa tendência, já que muitas das imagens que estampam os materiais das grifes são retiradas de seus acervos fotográficos.


Fagner Almeida, que tem trabalhado tanto com a Escaramuça quanto com a Santa Helena, considera a parceria mais uma oportunidade de divulgar e consolidar sua atuação na fotografia, além de possibilitar novos contatos. “Tenho recebido bastante retorno de pessoas que viram a minha foto em uma camiseta, ou seja, isso acaba levando o trabalho e a própria figura do cavalo Crioulo adiante”, diz. Já Felipe Ulbrich, fotógrafo parceiro da confecção Santa Helena, observa esse novo mercado também como uma nova fonte de renda. “O retorno financeiro tem sido bom, já que a iniciativa tem agradado o público que compra. Além disso, é mais uma forma de agregar valor à marca”, justifica. 


 


Essa reportagem foi publicada na edição Junho/2014 do Jornal Cavalo Crioulo, que pode ser conferida na íntegra aqui.