Logo -
sombra

Aventura Do Caburaí ao Chuí será contada em livro

01 DE JULHO DE 2014 - ATUALIZADA EM 27 DE NOVEMBRO DE 2014 | Redator: Douglas Saraiva/ABCCC

A façanha do cavaleiro Juno Ubirajara Marsico e seus três companheiros, que cruzaram o país montando quatro cavalos Crioulos, será contada em livro. Do Caburaí ao Chuí, 1.300 léguas a cavalo será lançado em setembro deste ano na Feira do Livro de Porto Alegre e trará o relato de dois anos de cavalgada, desde o local mais ao Norte do país até a chegada ao seu limite meridional.


 


Natural de São Gabriel, no Rio Grande do Sul, o sargento reformado do exército Juno Ubirajara foi o idealizador da aventura que, segundo ele, teve três objetivos: evidenciar o Monte Caburaí, ponto extremo do Brasil - característica erroneamente associada ao Oiapoque - e também a rusticidade e a resistência do cavalo Crioulo, assim como as tradições gaúchas.


 


O percurso foi cumprido entre os dias 21 de dezembro de 2003, quando partiu da cidade de Uiramutã, Roraima, na fronteira tríplice com a Guiana e a Venezuela, e encerrou mais de sete mil quilômetros além, no dia 20 de agosto de 2005, quando chegou ao Chuí na fronteira do país com o Uruguai. Em um ano e sete meses de estrada, os cavaleiros avançaram uma média de dez a 15 quilômetros por dia.


 


O grupo Andejo, como foi nomeada a comitiva, foi constituído por Marsico e mais três irmãos índios de Roraima, Giliard, João Neto e Celso Souza Silva. “Foi uma cavalgada inédita porque não houve troca de cavalo. Vamos providenciar a papelada e tentar levar ao Guinness, o livro dos recordes”, revelou o gaúcho.


 


Nos últimos quilômetros, os integrantes da expedição foram acompanhados pelos Cavaleiros da Costa Doce e receberam, desde a sua passagem por Pelotas/RS até aportar em seu destino final, o apoio da ABCCC que fixou uma placa registrando o fato histórico no marco fronteiriço do Chuí. Todas as histórias do trajeto estão sendo condensadas com o apoio do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).


 


Saudades da estrada


 


“No final o sentimento foi um pouco de tristeza, pois nesses dois anos de cavalgada acabamos nos acostumando a essa rotina. Fizemos muitos amigos pelo caminho e criamos uma afinidade muito grande com os cavalos”, disse Marsico, hoje com 60 anos. Ele e os companheiros ainda desfilaram em Esteio/RS, na abertura do Freio de Ouro daquele mesmo ano, a convite do então presidente da ABCCC, Paulo Móglia.


 


Com a viagem, os cavaleiros puderam comprovar a energia e o vigor da raça, principalmente, pelo estado surpreendente dos animais no fim do percurso. “Fizemos um exame nos cavalos no Chuí e constatamos que eles estavam até mais gordos do que quando partimos. Durante o trajeto não tivemos problema de saúde. Isso aí cavalo comum não faz, só o cavalo Crioulo”, conclui Marsico.


 


Essa reportagem foi publicada na edição Junho/2014 do Jornal Cavalo Crioulo.