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Mais do que uma marca, a consolidação da identidade da defesa da raça Crioula

08 DE MAIO DE 2014

  Para os amantes da raça Crioula duas marcas são bastante conhecidas: as letras que formam a sigla ABCCC e a cabeça de cavalo. Porém, o que poucas pessoas podem ter percebido é que na verdade esses dois símbolos apareceram até agora de maneiras diferentes. Unificar a tradição, o valor e o legado da raça e de seus fomentadores é o que a adaptação desses ícones promete trazer. Mas, ainda mais importante, a reformulação será a aposta para impulsionar a expansão do Crioulo por todos os cantos do país.   Ao longo de 82 anos, as formas que caracterizam a ABCCC e o cavalo Crioulo já passaram por várias evoluções. Agora, a proposta é unificar os conceitos e o modo como eles são apresentados. Conforme o designer gráfico da agência de publicidade e marketing Me Gusta, Daniel Kieling, a reformulação da marca da instituição é um processo bem maior do que a questão de redesenhar as imagens. Segundo ele, a nova roupagem surgiu exatamente da ausência de uma formatação oficial na utilização desses símbolos tão conhecidos, mas que não tinham um denominador comum quando o assunto era padrão de apresentação.   A adequação não destaca uma ruptura com os valores, a tradição e toda a historicidade impregnadas nos ícones, pelo contrário. A preocupação em manter a identidade visual foi parte integrante da reformulação baseada em um amplo suporte de pesquisas de opiniões, tanto das percepções do público interno como do externo.   O trabalho realizado durante seis meses envolveu três fases da coleta de dados: projeto de branding, pesquisa de mercado e avaliação da comunicação interna. A agência identificou uma grande confusão com relação ao uso dos logos. “A marca já tem força no meio, mas isso não significa que ela tenha uma estrutura de marca consolidada, pois em cada lugar ela aparece diferente”, explica o designer. Inverter esta lógica foi a meta da Me Gusta que conseguiu reunir a construção de uma logotipia capaz de manter seus conceitos de preservação e valorização da raça acrescentando a indicação do caráter nacional da instituição. “Não foi feito para romper um significado e sim preservar, fortalecê-lo para consolidar muito mais uma ideia de resgate histórico do que cedência ao modismo”, reforça Kieling.   Identidade forte precisa acompanhar evolução A coordenadora do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) - contratado para diagnosticar o conhecimento de marca e a avaliação da imagem da ABCCC - Elis Radmann, comprovou a forte identificação dos associados com a entidade. Realizada durante a Expointer 2013, a pesquisa coletou informações dos três tipos de públicos: associados, expositores e sociedade em geral totalizando 300 entrevistados. Entre as abordagens utilizadas no estudo, se buscou checar a opinião das pessoas sobre qual a representação, o que transmite e qual a percepção do público diante das marcas. Segundo a pesquisadora, ficou clara a identificação das imagens com a comunidade Crioula, assim como o forte valor que estes ícones representam ao longo de sua história.   Por outro lado, a boa receptividade do público não quer dizer que não haja necessidade de reformulações. Ainda conforme a socióloga responsável pelo estudo, entidades costumam envolver trocas de diretorias, além da evolução das novas tecnologias e avanços da área. Dessa forma, as imagens que representam a entidade também precisam acompanhar esse desenvolvimento. “Há uma identidade muito forte, mas precisa ter essa modernização, pois a evolução é comum”, fala a socióloga.   Unificar para consolidar a logotipia As mídias de divulgação da ABCCC também devem incorporar a evolução dos logos. A proposta é criar uma nova identidade de acordo com os conceitos adotados pelas marcas. A expectativa é de que em breve o site, a página do facebook e o jornal passem a exibir as imagens oficiais em conjunto com os documentos, eventos e produtos que carregam as marcas. Na avaliação do vice-presidente de Comunicação e Marketing da ABCCC José Luiz Lima Laitano, desde o começo da gestão atual busca-se potencializar os pilares da comunicação interna e externa, mas não é apenas elevar a capacidade comunicativa da maior fomentadora da raça que está em jogo, a meta principal é bem mais ampla e promissora: levar o nome do cavalo Crioulo para todos os cantos do Brasil. “Fizemos um estudo dentro e fora da ABCCC para analisar a melhor forma de expandir o cavalo Crioulo com uma identidade nacional. A ABCCC é do Brasil e a raça Crioula, apesar de ter surgido no Rio Grande do Sul, é de todo o país”, argumenta.   Texto: Andressa Barbosa/ABCCC   Confira a matéria na íntegra e maiores informações sobre a pesquisa e a nova marca na página 40 da edição de abril, que pode ser lida aqui.