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Comportamento natural indica práticas ideais de manejo

30 DE DEZEMBRO DE 2013

  A etologia é a ciência que estuda o comportamento dos animais e, portanto, relevante para auxiliar na investigação de causas e soluções para problemas detectados na criação de cavalos. O conhecimento dos hábitos naturais dos animais pode indicar como prevenir doenças, vícios ou distúrbios resultantes das suas condições de vida determinadas pelo manejo. A técnica da ABCCC e médica veterinária, Christina Freitas Bandeira de Mello, estudou o comportamento da raça Crioula em ambiente natural. Segundo ela, utilizar o conhecimento desses hábitos e aproximar o máximo possível as condições primitivas do cavalo ao manejo das cabanhas é o segredo para minimizar traumas ocasionados por práticas inadequadas. Mudanças bruscas de manejo e o consequente distanciamento das práticas naturais são as principais causas de comportamentos indesejados. Christina alerta que, por vezes, atitudes que pretendem cuidar e preservar o cavalo causam estresse. Muito tempo de confinamento gera ócio, então o animal busca como se ocupar, causando vícios, por exemplo. “O cavalo é um animal social, acostumado a viver em manada com hierarquia, além disso o animal precisa de rotina, comer, se alimentar e dormir no mesmo local e horário”, complementa. Colocar uma janela na cocheira para o cavalo enxergar longe, manter a água de qualidade e ofertar tempo livre no pasto são algumas das práticas sugeridas pela veterinária para aumentar o bem-estar dos animais. A técnica cita algumas consequências negativas de manejos totalmente alheios aos - comportamentos naturais. Confira abaixo: ·         - diminuição da imunidade e consequente surgimento de doenças; ·         - diminuição do apetite; ·       - surgimento de vícios de comportamento, como aerofagia (engolem ar), coprofagia (comem as próprias fezes), comer madeira e a cama; ·      - surgimento de doenças digestivas, como diarreia, úlceras gástricas e cólicas, decorrentes de estresse e de alguns vícios de comportamento;      - agressividade, demonstrada através de coices, mordidas e recusas de exercer atividades solicitadas e estimuladas; ·        - medo, que ocasiona recusas e impedem a aproximação de pessoas, seja para treiná-lo, trata-lo contra alguma doença ou colher material para exames clínicos e, até mesmo, para oferecer-lhe carinho; ·       - auto-mutilação, em caso mais extremos; ·  - - surgimento de infertilidade e falta de libido, devido a dificuldade de produção de testosterona, produzida principalmente no cortejo que antecede a monta natural.