Leite de égua ajuda no tratamento da Coqueluche
20 DE DEZEMBRO DE 2013
É bem verdade que o companheirismo de um grande amigo ajuda na cura de uma doença. É verdade, também, que a sabedoria popular, muitas vezes, faz milagres que nem mesmo os médicos conseguem explicar. No caso do pequeno João Arthur, nove anos, a dobradinha de uma boa amizade somada às crenças populares fez sucesso.
Aos três anos de idade, João Arthur teve coqueluche. Junto com a receita médica, o pediatra sugeriu aos seus pais, Ricardo e Caroline Vione, de Pejuçara, a darem leite de égua para ajudar no tratamento. No início a indicação popular causou estranheza. Mas um fato tornou tudo mais fácil. A melhor amiga de João Arthur, uma égua crioula, companheira cuidadosa de seus passeios, havia dado cria recentemente, o que garantiria assim o leite para o seu parceiro de cavalgadas. João Arthur que nem mesmo gostava do leite de vaca, não duvidou e logo foi convencido por aceitar a ajuda de sua amiga Medonha do Belizário. Em poucos dias a melhora chegou.
Mas aqui a questão é: o leite de égua realmente ajuda na cura da coqueluche?
Tratamento popular
A coqueluche ou tosse comprida é uma doença infecciosa aguda e transmissível, que compromete o aparelho respiratório e causa uma tosse seca contínua. Apesar da aplicação da vacina tríplice (tétano, difteria e coqueluche) que deve ser ministrada em três momentos – sendo a primeira no primeiro ano de vida do bebê, a segunda nos 12 meses seguintes e a terceira 18 meses após a segunda dose - a doença tem ganho espaço nos últimos anos.
Luiz Carlos Bergoli, pediatra há 42 anos e alergista, explica que a coqueluche pode durar até seis meses e a fase mais importante para o tratamento é a inicial, quando deve-se indicar antibióticos.
Bergoli é o pediatra de João Arthur e se diz acreditar, e muito, no leite de égua para o tratamento da coqueluche: “em uma semana ou 10 dias, a tosse chega a diminuir 70%. Não há uma explicação científica para este resultado”, esclarece.
O pediatra conta que o leite de equino é o mais parecido com o leite humano, e que possuí características antialérgica e anti-inflamatória: “apesar de não constar nada nos livros de medicina sobre as propriedades do leite de égua e seus benefícios no tratamento para coqueluche, é nítido a melhora que proporciona ao paciente, seja criança ou adulto. Eu sou fã”.
Caroline Vione, mãe de Maria Clara com cinco anos e João Arthur, hoje com nove, diz que a sugestão de Bergoli surpreendeu incialmente, mas que a confiança no pediatra foi mais um dos fatores que garantiu que o tratamento fosse seguido à risca.
Criadores de cavalos crioulos - Cabanha Belizário, de Pejuçara - , os pais viabilizaram logo a situação, e para ajudar a melhor amiga de João Arthur havia parido há pouco. “Foi o melhor remédio”, comenta Caroline que completa: “foi incrível e visível a melhora do João Arthur. Nos primeiros dias que ele tomou o leite já percebemos”.
O veterinário e professor da Universidade Federal de Pelotas, Cláudio Pimentel, explica que o leite de égua é mais doce e menos gorduroso, do que o de vaca, e arrisca uma avaliação sobre o assunto: “ele é de mais fácil digestão, exige menos energia para digeri-lo, e estimula o sistema de defesa do corpo humano”.
Apesar de vários estudos sobre o benefício do leite de égua para o tratamento da coqueluche não existe ainda nada comprovado, apenas o conhecimento popular e antigo e a crença de quem já passou pela experiência e garante a melhora.
Foto: Arquivo pessoal
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