Do sul para o mundo: o cavalo Crioulo na rédeas
23 DE MAIO DE 2013
O que começou como a paixão de alguns criadores há dez anos se tornou um grande trampolim do cavalo Crioulo para o cenário internacional. Hoje, a raça mostra desenvoltura e crescimento dentro da modalidade rédeas, construindo matrizes e adequando conceitos de treinamento, que já levaram quatro cavalos a disputas mundiais.
A participação de Crioulos no circuito western começou em meados de 2000, quando um cavalo diferenciado esteve pela primeira vez em pista do Potro do Futuro da Associação Nacional do Cavalo de Rédeas (ANCR). Infinito do Itapororó na data marcou a nota mais alta da história da modalidade no país (78), ainda considerado o recorde brasileiro.
A modalidade foi reconhecida oficialmente pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) pouco depois disso e o cavalo Crioulo teve de se adaptar a competir com raças que têm seus cavalos em disputas voltadas às rédeas há mais de 40 anos.
A conquista dos precursores não podia ficar sem ser lembrada e, três anos após, Jango Salgado, um dos maiores cavaleiros de rédeas do país, se juntou a alguns criadores gaúchos na fundação do Centro de Equitação e Rédeas Querência na cidade gaúcha de Porto Alegre, o que possibilitou aos criadores um local de treinamento e competições da modalidade. Em 2002 já havia sido fundada a Associação Gaúcha do Cavalo de Rédeas (AGCR).
Leopardo do Infinito e Duque do Caajara, ganhadores de duas provas de destaque nos EUA, também são lembrados como precursores desse movimento, o que abriu as portas das grandes disputas das Rédeas aos sul-americanos.
Em 2010, após várias vitórias em disputas inter-raças, dois feitos importantes ajudaram a impulsionar ainda mais o cavalo na prova. Montado por Wellington Teixeira, o tordilho SJ Rodopio conquistou o melhor resultado do país na história dos World Equestrian Games (WEG) ao ficar entre os finalistas da prova disputada em Kentucky. Já no outro lado do Oceano Atlântico, o Crioulo Las Callanas Julito conquista da Tríplice Coroa, ao se consagrar vencedor do Potro do futuro, Super Stakes e Derby da ANCR e se consagrou o único cavalo no Brasil a alcançar este feito.
Uma das últimas conquistas da raça na modalidade foi o NRHA Futurity, que está entre as maiores provas de Rédeas do mundo. O desempenho de Alma de Gato Cala Bassa na competição abriu portas inimagináveis na modalidade. Pelas mãos de Roberto Jou, o conjunto brasileiro somou 214 pontos na final e alcançou a inédita quinta posição no nível um, a 10ª no nível dois e a 15ª no nível três, além de garantir uma premiação de mais de US$ 15 mil.
Segundo o criador e cavaleiro Eduardo Mattas, que também foi coordenador da Subcomissão de Rédeas da ABCCC, no ano de 2003 o número de cavalos crioulos participantes de competições em nível nacional não ultrapassava os cinco por cento. Dez anos depois, esse número chega a 45%. “A criação dos campeonatos nacionais, da Copa Querência e do potro do futuro exclusivos para a raça fez com que criadores e proprietários começassem a participar da modalidade. Outro dado importante é ter vencedores em todas as grandes competições de rédeas abertas a todas as raças”, diz.
Todo o histórico da raça caçula na modalidade se deve principalmente a três pontos principais: temperamento, habilidade e durabilidade. Segundo o coordenador da subcomissão de rédeas da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Antônio Correa, este é o ponto principal para o rápido crescimento do cavalo nos ciclos de rédeas. “O cavalo Crioulo reage positivamente à pressão, com um índice muito pequeno de lesões, além de ter uma adaptabilidade que o possibilita competir em qualquer pista. É um grande ganho e ótimo investimento”, diz.
Texto: Maysa Maciel/ABCCC
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