II Simpósio do Cavalo Crioulo lota salão nobre da ARP
10 DE OUTUBRO DE 2012
Nem mesmo o frio e o tempo chuvoso, na tarde de quarta-feira dia 10 de outubro, afastaram o público interessado em conhecer mais sobre as técnicas, a evolução e o futuro do cavalo Crioulo. Na segunda edição do Simpósio da raça, realizado pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), o salão nobre da Associação Rural de Pelotas/RS (ARP) ficou lotado e comprovou o sucesso da iniciativa.
Após a organização do primeiro evento, no mês de maio, em Maringá/PR, criadores, proprietários, usuários e demais agentes do meio, reuniram-se novamente para ouvir e debater a respeito da história, dos processos de criação e manejo, da evolução técnica e valorização mercadológica e ainda das novas tecnologias de reprodução do cavalo Crioulo. O encontro ocorreu em momento especial para a entidade organizadora, que na mesma data deu posse à sua nova gestão diretiva.
Os temas foram abordados com muita propriedade pelos painelistas convidados, sob mediação do superintendente do Setor de Registro Genealógico da ABCCC, Rodrigo Teixeira, que também proferiu a palestra de encerramento. Além do superintendente, o presidente que na ocasião deixa o cargo, Manuel Luís Sarmento, e o que assume, Mauro Ferreira, fizeram a abertura do evento e discorreram sobre as perspectivas e estatísticas da criação do cavalo Crioulo.
O primeiro a ocupar a mesa, porém, foi o criador e administrador Lauro Varela Martins. No painel “Manejo de criação da raça Crioula”, o criador apresentou aos presentes alguns de seus métodos de trabalho e falou um pouco da sua experiência como selecionador da raça e administrador de cabanhas importantes da raça como a São Rafael, na qual atuou durante 18 anos, além das cabanhas Maior e Caçador, às quais presta acessória.
Em seguida o também criador e técnico da ABCCC, Felipe Caccia Maciel assumiu o microfone para explanar sobre as modalidades equestres e a participação do cavalo Crioulo. Maciel fez um resgate da história do animal e de seus primeiros usos até a regulamentação de provas e a organização de eventos oficiais. O técnico ainda comentou a respeito da expansão da raça pelo país e pelo mundo, graças à sua inserção e adaptação à novas modalidades.
Como não poderia deixar de ser, a mais famosa prova do cavalo Crioulo também foi abordada em um painel e levou os presentes numa espécie de viagem ao passado ao recordar importantes momentos da sua trajetória. Na palestra do técnico da entidade, Alexandre Pons Suñe, o Freio de Ouro foi destacado como o grande responsável pela propagação da raça e principal ferramenta de seleção genética do Crioulo.
Suñe salientou ainda que o Freio Jovem e o Freio do Proprietário, modalidades criadas posteriormente para atender ao público do Freio de Ouro em nível menor de profissionalização, também são importantes por manter o foco na seleção baseada no desempenho em pista e norteada pelo uso das ferramentas regulamentadas pela Associação.
Após o intervalo e o coffee break, o público voltou novamente à sua atenção à mesa onde Sarmento e Ferreira apresentaram os números e dados estatísticos sobre a evolução da raça e da própria instituição. De acordo com os gestores, a política organizacional adotada pela ABCCC e a metodologia administrativa instituída pelas últimas diretorias possibilitou à raça alcançar o atual status. Os presidentes citaram também os resultados de um estudo feito recentemente que mensurou o impacto econômico do cavalo Crioulo na pecuária brasileira.
No fim do evento, as mudanças no regulamento do Serviço de Registro Genealógico e as biotecnologias foram o tema abordado por Teixeira, que encerrou o ciclo de palestras desmistificando tópicos relacionados à Inseminação Artificial (IA) e à Transferência de Embriões (TE) assim como esclarecendo dúvidas à respeito de documentos e processos do setor.
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