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Desamamento de potros deve receber cuidado de criadores

20 DE JULHO DE 2012

Animais em crescimento possuem necessidades nutricionais diferentes de outros já desenvolvidos. Nos primeiros meses de vida o leite da égua possui todas as qualidades que o potro necessita. Portanto, separar o filhote da mãe exige maior cuidado por parte do criador, no que se refere a alimentação. Segundo o médico veterinário Ricardo Larrossa, um alimento para potros deve conter mais proteínas e alguns minerais como cálcio, fósforo, zinco, cobre e manganês. “Eles são importantes para a ossificação das placas de crescimento, dos ossos longos e das articulações do animal”, afirma. De acordo com Larrossa, filhotes alojados em campos nativos sem suplementação poderão sofrer deficiência em seu desenvolvimento, devido a carência de proteínas, mesmo que recebam suplementação de sal mineral. “Quando o criador os aloja em uma pastagem artificial ou campo nativo melhorado e suplementa com minerais, a oferta de proteínas será melhor e o desenvolvimento durante essa fase será maior”, orienta o veterinário. A separação O método utilizado para o momento da separação deve ser o menos traumático possível. “Uma boa prática é ir retirando algumas éguas e passando-as a outras áreas distantes do local em que as demais fêmeas e os outros potros ainda ao pé tenham ficado. Ao cabo de uma ou duas semanas, todas as éguas terão sido retiradas da área e o lote de potros desmamados estará formado.” Larrossa explica que como os animais estão adaptados a essa área, os riscos de acidentes são menores. Após alguns dias, esse lote poderá ser dividido, separando-se as fêmeas e os machos. “A prática objetiva evitar variações bruscas na alimentação e gerar o mínimo stress para os potros”, explica o médico veterinário. Em condições naturais, o desmame pode ser feito a partir dos seis meses de vida, momento em que a produção de leite das éguas encontra-se baixa e o aparelho digestivo dos filhotes está apto a extrair os nutrientes do pasto. Diferenças de pastagens por região Larrossa destaca que nos estados do Sul e parte sul da região Sudeste, podem-se implantar pastagens de clima temperado compostas por gramíneas e leguminosas, mais ricas em energia e proteínas. “No entanto, os pastos nas regiões mais tropicais tendem a ser mais pobres nesses nutrientes, embora algumas pastagens implantadas nessas áreas também possam proporcionar ao criador bons resultados, quando a suplementação for adequada”. Para o especialista, a época do desmame não é necessariamente o momento de separar o cavalo que receberá uma criação diferenciada dos demais devido a aposta em seu potencial morfológico ou funcional. No entanto, ele observa que por razões econômicas, o criador poderá realizar uma primeira seleção com o intuito de eleger os animais que farão jus a tal diferenciação, envolvendo algum investimento, mas apenas com a finalidade de proporcionar melhores condições aos bons animais. “Não há porque separar animais que possivelmente venham a ser bons funcionalmente, nessa fase, já que o objetivo da criação é proporcionar condições para que todos possam expressar o potencial genético e ser animais aptos ao trabalho”. Opções indicadas para a fase de pós-desmame Campo nativo com suplementação de ração rica em proteínas e minerais: a ração irá compensar em parte a falta desses nutrientes no campo nativo; Pastagem ou campo nativo melhorado e suplementação com minerais: mesmo uma boa pastagem deixa a desejar no aporte dos minerais necessários para uma boa formação dos ossos e articulações; Pastagem ou campo nativo melhorado e suplementação com ração para potros na quantidade de 1% do peso médio do lote (em torno dos 2 kg por dia desde o desmame, até que atinjam 12 meses): proporciona os melhores resultados em razão da oferta dos minerais e proteínas de boa qualidade, contendo os aminoácidos essenciais para o crescimento e formação dos tecidos dos futuros cavalos.