O reinício de um campeão
17 DE MARçO DE 2012
Já faz tempo, mais de duas décadas, que João Alberto Silveira conquistou a primeira prova de paleteada da história. Foi em 1991, na cidade de Esteio, que ele ergueu o troféu e se tornou um dos precursores da modalidade. De lá para cá, entretanto, o agropecuarista de Jaguarão, no Rio Grande do Sul, teve que descer do cavalo para se dedicar aos negócios, e os bois tiveram um descanso. Claro que nesse meio tempo o tino de ginete nunca foi esquecido. Tanto que agora, aos 59 anos, seu João Alberto quer voltar, e ele encontrou na Força B o caminho ideal para alcançar novamente o topo.
A primeira prova da categoria criada em 2011 pela Subcomissão de Paleteadas da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), foi disputada no final de janeiro, justamente na cidade onde mora o experiente paleteador que não pensou duas vezes antes de participar. “Fazia uns cinco ou seis anos que eu não paleteava, mas, quando abre a porteira, a adrenalina sobe, não tem jeito e não interessa a letra”, conta. Na competição de Jaguarão, o ginete pioneiro não teve o mesmo desempenho que o consagrou 20 anos atrás, “agora está complicado, porque a idade e a barriga aumentaram muito”, brincou. Mas somente o fato de retornar à pista já lhe enche de otimismo.
“Quero voltar para a Força A e a Força B é o reinício”, promete seu João Alberto, que não mede elogios à ABCCC pela inovação com a modalidade de acesso. Ele diz que mais uma vez a Associação encontrou um modo de aumentar o número de participantes e qualificar a disputa principal. “Acho que a ABCCC se renova a cada ano com esse tipo de atitude”.
Chegada de novas promessas na modalidade
Além de resgatar antigos campeões, a Força B também promove a chegada de novas promessas da paleteada. Um dos objetivos da categoria, inclusive, é justamente promover esta integração. “Nós queremos resgatar aqueles participantes que não podem manter uma atividade de treinamentos, mas gostam de correr boi. Além disso, a Força B serve como porta de entrada para quem quer começar a disputar esse tipo de prova”, explicou o coordenador da Subcomissão de Paleteadas da ABCCC, Daniel Mello.
O melhor exemplo desta mescla aconteceu com o próprio João Alberto. Na disputa de janeiro, ele formou dupla com o filho João Paulo, de 30 anos, mas já está planejando correr ao lado dos netos nas próximas edições. “Essa é uma categoria onde o mais importante é o convívio e o aprendizado dos jovens com os mais experientes”, destacou.
Porteiras mais largas
As principais mudanças no que diz respeito às regras da Força B estão nas quantidades e nas medidas das porteiras. Enquanto na prova original são quatro, com abertura de 8, 6, 4 e 3 metros, na modalidade criada este ano são apenas duas porteiras, medindo 10 e 8 metros de largura. Além disso, para se inscrever nessa categoria, pelo menos um integrante da dupla não pode ter participado de uma semifinal de paleteada nos últimos dois anos. De acordo com Mello, a partir de agora todas as credenciadoras vão abrir inscrições para a Força B, basta ter interessados, sejam eles novatos ou veteranos de pista.
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