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Processo de marcação: a identidade do exemplar simbolizada na pele

09 DE MAIO DE 2014

  O processo de marcação serve como identificação da propriedade a qual o animal pertence. Todo cavalo Crioulo, atendendo às características da raça, deve ter - além da marca do seu proprietário - o sinal da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). Estas duas marcações acontecem em diferentes momentos da vida do animal e são igualmente importantes.   A primeira é quando o produto é marcado pelo proprietário e, normalmente, acontece durante o período em que o animal tem entre um ano e um ano e meio. Segundo o Regulamento de Registro Genealógico da Raça Crioula, é de obrigatoriedade do criador para melhor identificação dos seus produtos que eles sejam marcados com o desenho da propriedade e também com o número indicativo do Registro de Produto (RP). Além disso, esta marca deve estar registrada juntamente à prefeitura do município onde estiver localizada a propriedade.    O técnico da ABCCC, Rodrigo Py, que acompanha procedimentos nas criações de cavalo Crioulo explica o processo feito na identificação dos animais: “O potro pode ser marcado com o sinal da propriedade enquanto é novo. Neste mesmo momento, é obrigação de seu proprietário marcar o animal também com seu número de Registro de Produto obedecendo a uma ordem cronológica e numérica. A marca fica na perna esquerda e a numeração referente ao RP pode variar de localização, sendo geralmente na posição vertical ao lado do rabo”, esclarece Py.   A outra marcação ocorre após inspeção técnica, caso o animal esteja dentro das características necessárias, como altura e tamanho da canela, por exemplo. Aí, então, ele recebe a confirmação da ABCCC e deve finalmente levar a marca a fogo da entidade: “A marcação acontece a partir dos dois anos de vida do produto em um local público que reúne diversos criadores, as conhecidas Concentrações”, diz o inspetor. Py explica que nestes eventos são levadas em consideração algumas características morfológicas. Fêmeas também podem comparecer ao encontro e receberem a marca, apesar do nome que parece restringir a participação do sexo masculino. A diferença é que as éguas podem ser marcadas na própria cabanha, ao passo que os machos precisam comparecer a estes eventos coletivos.   Para ser confirmado como cavalo Crioulo são analisados também quesitos básicos como equilíbrio e aptidão funcional e são necessárias medidas de no mínimo 1,40 e no máximo de 1,50 de altura para machos e de 1,38 para fêmeas, tórax de 1,68 e canela 0,18. Aqueles animais que não alcançarem estas características, mas forem avaliados como favoráveis, podem ser marcados após alguns meses, se suas medidas passarem a estar dentro dos padrões da raça Crioula.   Texto: Emanuelle Araújo