Gestação gemelar dá vida a casal de potros em Piratini

No último mês de outubro, a raça Crioula registrou mais um marco curioso. A égua Bagualita do Mako, que ainda não havia sido mãe, deu luz à um casal de potros. Criação da Cabanha Marca Touro, de Piratini/RS, a fêmea e o macho foram resenhados na última quarta-feira (29) pelo técnico da ABCCC, Cláudio Neto de Azevedo. Após seis meses do acontecimento raro no universo equino, as crias passam bem.

O veterinário e criador José Carlos Batista disse não suspeitar da gestação gemelar, já que as dimensões da barriga de Bagualita estavam dentro dos padrões considerados normais. “Se trata de uma égua mimosa, que só fazia cavalgada, não foi nem botada em cria. Ela mesma ‘pulou a cerca’ e nos deu essa surpresa”, brinca. Assim, ele conta que foi uma prenhez tranquila, sem complicações.

Logo que a égua se recuperou do parto, sua alimentação foi dobrada, a fim de estimular uma maior produção de leite para sustentar as crias, dupla que foi batizada pelo proprietário como Irmão Haddad e Irmã Manuela. O técnico da ABCCC mostrou-se encantado com o relacionamento dos bivitelinos, que são bastante unidos, se respeitam e passam o dia brincando na volta da mãe.

Nascimento inusitado
A estimativa é que a cada 1.000 gestações equinas, apenas uma seja gemelar. Cláudio explica que a raridade da ocasião não se limita apenas a este fato, já que dificilmente mais que um potro sobrevive, o que torna o cenário ainda mais inusitado. A placenta e o útero precisam ser compatíveis para manter a oxigenação e a nutrição de ambos os fetos até o nascimento. Por conta do espaço uterino, Irmão e Irmã nasceram com dimensões menores que a normalidade da raça – apesar de hoje se encontrem encorpados e saudáveis.

O registro mais recente do nascimento de gêmeos Crioulos havia sido em janeiro de 2017, na cidade de Mata, no Rio Grande do Sul. Na ocasião, a égua SJ Nadadeira pariu dois machos, filhos de Festivo de Santa Edwiges.