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Inclusão de Ouro, uma prova de superação

03 DE NOVEMBRO DE 2018 - ATUALIZADA EM 05 DE NOVEMBRO DE 2018 | Redator: Pedro Henrique Krüger/ABCCC

Na tarde ensolarada deste sábado, 3, durante a Expofeira de Arroio Grande/RS no Parque Guilhermino Dutra, foi escrito mais um capítulo da raça Crioula: a primeira edição oficial da prova Inclusão de Ouro, cuja proposta é incluir em pista pessoas com alguma deficiência física.

Na primeira prova oficial três competidores fizeram o percurso de Andaduras e Escaramuça Livre. Um deles foi Ítano Figueiredo, de 26 anos de idade, que acidentou-se há seis anos e perdeu o movimento das pernas. Com o projeto Inclusão de Ouro apresentou-se durante o Freio do Proprietário, em Esteio/RS, com a égua Jaguatirica da Dom Germano.

Além de estimular outras pessoas em situação semelhante a entrarem em pista, Ítano sagrou-se campeão na primeira edição da prova, montando Nicóli do Puruã, com 24,350 de nota final. “Com certeza a gente conseguiu incentivar várias pessoas. São várias mensagens de pessoas querendo saber como participar, como montar e como é o meu dia a dia. A gente plantou uma semente em Esteio, estamos colhendo os frutos e não sabemos aonde vamos parar”, celebrou.

Em segundo lugar ficou Rogério das Neves Carvalho, mais conhecido por Carvalinho, que acidentou-se de moto há quase um ano, ferindo a perna esquerda. Desde então supera as próprias limitações e obteve 21,150 de nota com Farrapo de Santa Gabi. “Ver o Ítano participando me motivou a seguir montando. Num primeiro momento eu estava condenado a não mais montar. Mas eu vi o Ítano e perguntei ao meu médico se eu poderia montar com os ferros, eu usava os fixadores, e ele me autorizou”, contou.

Jonathan Araújo Nunes, de 27 anos idade, que permaneceu 45 dias em coma após um acidente enquanto gineteava, conquistou o terceiro lugar com Barro Vermelho do Sur, com 18,983 de nota. A motivação passada por Ítano foi fundamental para isso. “Eu já tenho paixão pelo cavalo e me incentivei [com a iniciativa de Ítano]”, afirmou.

A iniciativa é considerada de extrema importância por Glaucho Xavier, um dos jurados da prova. “Eu me considero muito lisonjeado por ter julgado a primeira prova. Isso é muito importante e cada vez mais fortalece a característica da raça Crioula, que é o exemplo de família, abrindo mais um espaço para pessoas que poderiam estar assistindo e agora estão competindo”, ressaltou. O trio de jurados foi completado por Amanda Azambuja e Gonzalo Barlocci.

Dado o primeiro passo

Para a presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Arroio Grande (NCCCAG) e idealizadora do Inclusão de Ouro, Josilene da Silva Martins, o projeto ainda tem muito a crescer. “O Cavalo Crioulo é tão grande, ele abrange tantos seguimentos, então por que não uma prova de inclusão? É a cereja do bolo para a raça. E já são vários competidores, várias pessoas procurando para participar”, apontou.

 

A novidade é celebrada também pelo presidente do Sindicato Rural de Arroio Grande, Ladislau Silveira, parceiro do NCCCAG ao ceder o Parque Guilhermino Dutra para as provas da raça. “O Inclusão de Ouro é de extrema importância para nós pela parte social e pela inclusão das pessoas para que possam participar conosco”, disse.

Confira o resultado (ainda não homolgado pela ABCCC)

Inclusão de Ouro

1º lugar
Ítano Figueiredo montando Nicóli do Puruã
Nota: 24,350

2º lugar
Rogério das Neves Carvalho montando Farrapo de Santa Gabi
Nota: 21,150

3º lugar
Jonathan Araújo Nunes montando Barro Vermelho do Sur
Nota: 18,983