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Pai e filho são jurados de Exposição Morfológica em Viamão

08 DE MAIO DE 2018 - ATUALIZADA EM 10 DE MAIO DE 2018 | Redator: Matheus Pereira/Especial ABCCC

Sabe-se que o ambiente envolto pela raça Crioula é familiar. Uma das características mais fortes do meio é que criadores muitas vezes nascem e crescem rodeados por cavalos. O amor pela raça muitas vezes vem de família, e não é espanto quando um filho segue os passos do pai que, por sua vez, seguiu pelo caminho pavimentado pela geração anterior.


 


Um dos exemplos mais recentes dessa veia familiar e hereditária que rodeia a raça ocorreu no último fim de semana, em Viamão/RS. Isso porque o Núcleo de Viamão de Criadores de Cavalos Crioulos realizou no sábado (5) uma exposição Morfológica e chamou uma dupla de jurados com certa particularidade: Mauro Ferreira e Diogo Ferreira, avaliadores responsáveis, são pai e filho.


 


A dupla sintetiza dois lados que fortalecem a raça: em uma ponta a experiência do pai, Mauro, jurado há aproximadamente 15 anos e ex-presidente da ABCCC. Na outra, a renovação do filho, Diogo, que tornou-se jurado em janeiro deste ano, na última seleção de novos avaliadores organizada pela associação.


 


De pai...


 


Ver o filho seguir oficialmente os passos de jurado é motivo de grande felicidade.. Para Mauro, cabanha e criação envolve família, e sempre foi elemento presente em sua casa. “Discuto cavalos com o Diogo desde criança e ele cresceu nesse meio. Com o tempo, passou a ser meu secretário em eventos onde fui jurado”, comenta.


 


Mauro entende seu papel como uma espécie de mentor de Diogo, mas afirma que o jovem já tem tudo o que precisa para construir a própria carreira. “Como jurados, temos características particulares de cada um. A medida que os filhos vão crescendo, vão adquirindo suas próprias personalidades”, comenta; “eles vão se desvinculando da imagem dos pais e familiares e criando os próprios critérios e opiniões”.


 


Na pista, contudo, não há choque de gerações. Para Mauro, julgar ao lado do filho é uma experiência diferenciada, pois trás uma cumplicidade única e um contato que não se tem com outros profissionais. O resultado é recompensador, pois as opiniões são complementares e não divergentes.


 


Não há, portanto, disputa entre a ala mais experiente e a mais jovem. Trata-se de uma troca constante de informações e experiências. Segundo Mauro Ferreira, o que faz a diferença para um jurado é o comprometimento com a raça Crioula. E isso pai e filho tem bastante.


 


...para filho.


 


Diogo é um dos novos nomes que chegam para enriquecer as disputas e garantir o futuro da raça. O jovem faz parte do seleto grupo de 15 pessoas que se tornaram habilitadas para julgar provas do Cavalo Crioulo. O estudante de Medicina, aos 22 anos, conquistou o título através de Notório Saber.


 


O Notório Saber é um modo de ingresso destinado àqueles que não possuem formação em Ciências Agrárias, mas que têm habilidades suficientes para a execução do trabalho. Ferreira, então, abraçou a oportunidade e atingiu o objetivo, se tornar jurado oficial da ABCCC, colocando em prática toda a experiência adquirida através dos anos.


 


A Exposição Morfológica de Viamão foi a primeira de muitas que certamente virão. É o início de uma caminhada que vem sendo planejada desde cedo: “A preparação vem desde criança. Sem saber, eu já vinha me preparando para ser um jurado”.